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07/10/2003 - 17h18

EUA apelam da sentença que impede pena de morte contra Moussaoui

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da France Presse, em Washington

Os Estados Unidos apelaram hoje da sentença que impede a condenação à morte do francês Zacarias Moussaoui, 35, único acusado pelos atentados de 11 de setembro de 2001. A sentença também impede a apresentação de provas que ligam o francês a esses ataques, informaram fontes judiciais.

"Deve haver uma nova audiência no caso antes do final do ano", disse Edward MacMahon, um dos advogados de Moussaoui.

O julgamento continuará no Tribunal de Apelações do Quarto Circuito de Richmond, Virginia, sul de Washington.

Islamita integrista, suposto potencial homem-bomba do grupo extremista Jihad Islâmico, seu comportamento despertou suspeitas que permitiram sua detenção, um mês antes dos atentados de 11 de Setembro contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, na região de Washington, nos quais morreram cerca de 3.000 pessoas.

A promotoria afirma que Moussaoui estava encarregado de desviar um avião e jogá-lo em cima da Casa Branca.

Em abril de 2002, Moussaoui rejeitou os advogados designados pelo Estado americano e resolveu assegurar sua própria defesa.

Trajetória

Nascido no dia 30 de maio de 1968 na cidade de Saint-Jean de Luz, na costa atlântica da França, a família de Moussaoui é de origem marroquina. Sua mãe, divorciada, é muçulmana, mas não praticante.

Nos anos 90, Moussaoui morou em Londres, no bairro de imigrantes de Brixton. Estudou comércio internacional e frequentou as mesquitas onde atuavam militantes extremistas islâmicos próximos a Osama bin Laden. Se converteu ao islã radical e deixou crescer a barba.

Viajou várias vezes ao Paquistão, porta de entrada dos acampamentos de treinamento da rede terrorista Al Qaeda, de Osama bi Laden, no Afeganistão.

No dia 23 de fevereiro de 2001, Moussaoui, 1,72 m e 90kg, chegou nos Estados Unidos com um visto de estudante e US$ 35 mil.

Em agosto de 2001, Moussaoui se apresentou a uma escola de aviação no Minnesota (norte), onde faz curso em simulador de Boeing 747, explicando a seus instrutores que não queria aprender a decolar ou pousar o avião, mas só a controlar o aparelho em vôo.

Desconfiando deste comportamento, a escola avisou as autoridades. Já que seu visto havia vencido, Moussaoui foi preso pelos serviços de imigração. O FBI (polícia federal americana) o interroga, mas ele se recusa a cooperar.

A polícia federal considerou que não tinha provas suficientes para acusá-lo. Depois do 11 de Setembro, o FBI passou a estudar seu caso com olhos mais vigilantes.

Moussaoui admitiu publicamente ser membro da Al Qaeda, mas sustenta que devia participar de outro atentado posterior.

Para sua defesa, pediu a convocação de supostos membros da organização terrorista, mantidos presos em lugar secreto pelos Estados Unidos.

A juíza encarregada do seu caso, Leonie Brinkema, autorizou a convocação, mas a procuradoria rejeitou o pedido alegando motivos de "segurança nacional".

Brinkema proibiu os promotores de solicitarem a pena de morte para o francês, por causa da recusa do governo de autorizar estes depoimentos.
 

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