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19/10/2009 - 07h29

Irã pede que Paquistão entregue líder rebelde culpado por ataque que matou 31

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da Folha Online

O comandante da Guarda Revolucionária do Irã, general Mohammad Ali Jafari, afirmou nesta segunda-feira que Teerã vai exigir que o Paquistão entregue o líder rebelde Abdolmalek Righi, considerado o responsável pelo atentado da véspera que deixou ao menos 31 mortos no país.

Jafari acusou Righi de receber ordens dos serviços de inteligência do Reino Unido, Paquistão e Estados Unidos e alertou o Ocidente que haverá medidas de retaliação para punir qualquer um que tenha ajudado no ataque.

O general afirmou que uma delegação iraniana vai viajar ao Paquistão para entregar "provas para que eles saibam que a República Islâmica está a par do suporte deles [Paquistão] ao grupo liderado por Righi".

"A delegação vai demandar que ele [Righi] seja entregue", declarou Jafari, de acordo com a agência de notícias iraniana Isna.

Righi é o líder do grupo rebelde sunita Jundallah, que reivindicou o atentado deste domingo (18) no distrito de Pishin, Província do Sistão-Baluchistão, na fronteira sudoeste do país com o Paquistão. Um homem-bomba lançou um ataque na cidade de Sarbaz que matou cinco comandantes da Guarda Revolucionária, a principal força de segurança do país.

Entre as vítimas estão ainda o vice-chefe das forças de terra, general Nourali Shoushtari, líderes tribais que os acompanhavam e civis que estavam próximos ao local da explosão, segundo a imprensa iraniana. Cerca de 20 pessoas ficaram feridas no ataque, o segundo grande atentado suicida assumido pelo Jundallah neste ano.

A agência de notícias Isna informou que os comandantes estavam dentro de um carro a caminho de uma reunião na região Pishin, perto da fronteira do Irã com o Paquistão, quando o militante detonou os explosivos.

A Província do Sistão e Baluquistão, onde ocorreu o atentado, tem estado no centro de recentes ataques violentos do Jundallah, que mantém uma insurgência de baixa atividade nos últimos anos no país de maioria xiita e governado em grande parte por aiatolás. O grupo acusa o governo de perseguição à minoria religiosa e tem realizado ataques contra a Guarda Revolucionária e alvos xiitas no sudeste do Irã.

Jundallah

Em maio, o Jundallah reivindicou a autoria de um atentado suicida em uma mesquita xiita, que matou 25 pessoas em Zahedan, capital da Província de Sistão e Baluquistão, a área de alguns dos piores ataques do grupo. Treze membros da facção foram condenados pelo ataque e enforcados em julho.

O grupo Jundallah, composto de sunitas da minoria étnica baluqui, realizou atentados, sequestros e outros ataques contra os soldados iranianos e de outras forças, nos últimos anos, incluindo o sequestro, em dezembro de 2006, de sete soldados iranianos na área Zahedan. Os sequestradores ameaçaram matá-los se os membros do grupo em prisões iranianas não fossem liberados. Os sete foram libertados um mês depois, aparentemente, depois de negociações através de mediadores tribais.

Em fevereiro de 2007, um ataque do grupo matou 11 membros da Guarda Revolucionária perto de Zahedan, capital da Província de Sistão e Baluquistão, e área de alguns dos piores ataques do grupo. O Jundallah também reivindicou a autoria de um atentado suicida na cidade em maio deste ano em uma mesquita xiita, que matou 25 pessoas. Treze membros da facção foram condenados pelo ataque e enforcados em julho.

Na época desses dois ataques, o governo iraniano divulgou suspeitas de que os serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido --o grande e o pequeno Satã, na retórica do regime xiita-- estavam por trás das ações, o que foi negado pelos dois países. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, também acusou os dois países ocidentais de estarem por trás dos protestos contra supostas fraudes que se seguiram à reeleição, em primeiro turno, de Ahmadinejad em junho deste ano, mas em agosto disse que não havia provas dessa participação.

Com France Presse e Associated Press

 

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