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13/10/2003 - 11h37

Paralisação na Bolívia gera falta de pão e carne e interrompe aulas

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da Folha Online

Hoje, após as 26 mortes ocorridas no fim de semana, a paralisação convocada pelos sindicados de gás natural e petróleo da Bolívia continua. De acordo com informações da imprensa on-line local, não haverá nem pão nem carne nem transporte. As aulas também estão suspensas.

A COB (Central Boliviana do Trabalhador) e os professores anunciaram que vão manter suas marchas e manifestações, o que pode gerar o fechamento dos mercados, estabelecimentos comerciais e até do transportes públicos.

Hoje, as aulas estão suspensas em duas localidades: em El Alto, devido aos conflitos ocorridos ontem --e que causaram a morte de 26 pessoas--, e em La Paz, por causa de uma greve de 75 decretada pelos professores. Além disso, os colégios particulares já anunciaram a suspensão de suas aulas por medidas de segurança.

Segundo a versão on-line do jornal boliviano "La Razón", vários mercados anunciaram que não abririam suas portas por falta de abastecimento e devido ao anúncio das manifestações para hoje.

O confronto

A ação militar do fim de semana passado em El Alto deixou um saldo de 25 civis e um soldado mortos e pelo menos 67 feridos, a maioria deles por impactos de bala. El Alto protesta, desde a quarta-feira passada --com uma greve cívica indefinida e o bloqueio de estradas-- pela recuperação da riqueza petroleira, a recusa à venda do gás e a renúncia do presidente.

Parte do trágico saldo foi consequência da operação que o Executivo levou adiante ontem para transportar caravanas de carros-cisterna de Senkata a La Paz, praticamente paralisada e à beira do desabastecimento. Veículos blindados militares e unidades motorizadas da polícia resguardaram o comboio disparando gases lacrimogêneos e armas de fogo contra supostos elementos perigosos.

Depois de 4 dias de greve cívica, o governo instruiu os militares, tendo como cálculo que o acontecimento de ontem seria vital para a projeção do conflito, segundo afirmaram fontes do Palácio do Governo. Na verdade, a violência continuou até aproximadamente a meia noite no norte de El Alto, onde se produziram os primeiros enfrentamentos.

A presença das Forças Armadas na Avenida 6 de Março teve início às 9h, quando os cidadãos tentavam conseguir provisões de alimentos em La Ceja

Nesse momento, na Praça Balliván, no bairro 16 de Julho, uma marcha de moradores foi interrompida por militares, que dispararam gases lacrimogêneos e depois balas e munição de guerra. Durante todo o dia não se observou a presença de policiais. Posteriormente soube-se que eles estavam aquartelados, temendo represálias a seus familiares.

Às 10h, soldados do regimento Ingavi agiram com violência para tomar as ruas e avenidas da zona Santiago 2º. Houve feridos, mas as ruas permaneciam cheias de pedras, tijolos, carrocerias de veículos, garrafas quebradas e até mesmo lixo.

Os choques na Praça Ballivián provocaram duas mortes por impacto de bala, as vítimas foram atingidas no peito e na cabeça.

Durante a manhã foi confirmada a morte de outras três pessoas em Senkata, no marco da operação militar que protegia o comboio de carros-cisterna. Até o meio-dia já eram cinco mortos, mas pela tarde, essa cifra aumentou.

Com agências internacionais
 

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