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27/10/2009 - 08h30

Colombianos mortos na fronteira podem ser paramilitares, diz vice da Venezuela

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da France Presse, em Caracas (Venezuela)
da Folha Online

Os oito colombianos assassinados na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela poderiam ser paramilitares, afirmou o vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizález, que não descartou a hipótese de que formariam um grupo de agentes infiltrados do governo colombiano.

"Existem muitos indícios que levam a identificá-los como paramilitares", disse Carrizález, em entrevista ao canal Telesur, em declarações que devem ampliar a tensão causada pelo episódio.

Os oito colombianos, assassinados no sábado passado (24), faziam parte de um grupo de 12 pessoas sequestradas no dia 11 de outubro passado quando jogavam uma partida de futebol na localidade de Chururú, município Fernández Feo, no Estado de Táchira.

Ainda não se sabe quem são os autores da matança, da qual sobreviveu um jovem colombiano, Manuel Júnior Cortés, que se recupera em um hospital de Caracas sob forte esquema de segurança.

Segundo os familiares das vítimas, eles eram em sua maioria vendedores ambulantes. O vice venezuelano, contudo, disse que "a atividade a que se dedicavam não correspondia ao nível de vida que levavam".

"A maneira como chegaram, sua identidade como grupo, nos faz pensar que são parte dos planos de infiltração do governo colombiano apoiado por fatores internos", disse Carrizález, poucas horas depois de Caracas denunciar Bogotá por promover atividades de espionagem e conspiração.

Autoridades da Venezuela atribuíram o massacre ao conflito interno colombiano que já dura mais de quatro décadas, mas a Colômbia acusa Caracas de manter laços com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Nesta segunda-feira, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pediu a seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que coordene medidas para proteger a vida dos habitantes da fronteira entre os dois países e evitar episódios como o massacre.

Os corpos dos oito colombianos mortos no fim de semana passado na Venezuela, na região da fronteira com a Colômbia, foram entregues pelas autoridades venezuelanas nesta segunda-feira, em um dos pontos de passagem entre os dois países, informaram as autoridades em Caracas.

A medida foi alternativa à rejeição do governo de Caracas ao pedido de acesso a seu território de um avião oficial colombiano enviado para buscar os corpos. Fontes do Ministério das Relações Exteriores das Colômbia haviam informado nesta segunda-feira que a Venezuela negou permissão para que um avião colombiano recolhesse os corpos dos colombianos em Táchira, mas as autoridades venezuelanas não se pronunciaram sobre o assunto.

O massacre acontece em um momento em que as relações diplomáticas e comerciais dos dois países atravessam uma crise pela oposição de Chávez à decisão de Uribe de permitir que tropas norte-americanas usem sete bases militares em território colombiano.

Chávez garante que a autorização da Colômbia aos Estados Unidos é um passo a mais nos planos de Washington de invadir seu território e bloquear sua revolução bolivariana a favor dos mais pobres.

Mas Uribe garante que a autorização é exclusivamente para combater o narcotráfico e o terrorismo e que o acordo não autoriza os EUA a agredir países vizinhos.

 

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