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16/10/2003 - 11h07

Papa comemora 25 anos à frente da Igreja Católica em Roma

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da France Presse, no Vaticano

O papa João Paulo 2º celebrou hoje com a hierarquia da Igreja Católica os 25 anos de seu pontificado numa cerimônia solene na sala Paulo 6º com prelados e religiosos de todo mundo.

Esta foi a primeira aparição pública de João Paulo 2º no dia do aniversário de sua eleição, marcado por uma série de cerimônias oficiais para festejar um dos pontífices mais carismáticos da história do século 20.

Ainda hoje, João Paulo 2º e todos os cardeais presentes, cerca de 150, celebrarão uma missa à tarde na Praça de São Pedro. A cerimônia deve ocorrer às 18h46 locais (13h46 de Brasília), mesmo horário em que foi eleito há 25 anos.

A missa será transmitida ao vivo por diversas emissoras de televisão do mundo.

Na primeira celebração de seus 25 anos frente à Igreja Católica, o papa, de 83 anos e que sofre do mal de Parkinson, apareceu em relativa boa forma e começou o dia rezando, como é seu costume.

"Esta manhã levantou-se cedo, como sempre, e rezou na capela privada", contou seu porta-voz, o espanhol Joaquín Navarro Valls, em declarações à RAI, a televisão estatal italiana.

"Passa muitas horas rezando, estou certo de que o papa encontrará a força" para superar a doença que o afeta, acrescentou, ao se referir a seus problemas de saúde, que têm piorado nas últimas semanas.

Mais de 300 prelados, entre eles uma centena de cardeais e todos os presidentes das conferências episcopais, além dos secretários da Cúria Romana, assistiram à cerimônia, que teve vários cantos religiosos.

Voz fraca

No transcurso da cerimônia, João Paulo 2º firmou a Exortação Apostólica com as conclusões do Sínodo de Bispos de outubro de 2001, intitulada "pastores gregis", sobre o papel do bispo "como esperança do mundo".

O papa leu com uma voz muito fraca, quase inaudível, parte do discurso. "Com íntima alegria, assino e entrego a toda igreja" a Exortação Apostólica pós-sinodal sobre a figura do bispo, afirmou o papa.

O discurso do pontífice teve de ser lido em seguida pelo monsenhor Leonardo Sandri, da Secretaria de Estado. No documento, o papa acusa "os fundamentalismos religiosos" por ter transformado a terra em várias regiões "num paiol, pronto para estourar, arrastando a família humana para grandes dores".

O pontífice recorda no texto "os terríveis fatos ocorridos em 11 de Setembro, com seu doloroso cortejo de vítimas inocentes", que marcaram "o aparecimento no mundo de novas e graves situações de incerteza e de medo para a civilização humana".

O documento, um tipo de testamento para os bispos, traça um retrato do bispo do terceiro milênio e aborda o tema da globalização. Para o papa, trata-se de um fenômeno completo que tem de ser analisado "de maneira cuidadosa, com o objetivo de colocar em evidência seus aspectos positivos e negativos, e as várias conseqüências que podem desencadear dentro da Igreja e em toda raça humana".

Dívida externa

O papa clama com "urgência" para que se alcance "a globalização da caridade", de maneira a evitar toda marginalização. O pontífice recomenda de novo que se condene "a dívida externa, que compromete as economias de povos inteiros, detendo seu progresso social e político".

Como resposta às ameaças à paz provenientes do fundamentalismo, o chefe da Igreja Católica pede aos bispos para lembrar aos cristãos que devem "proscrever a vingança e abrir-se ao perdão", e promover o "diálogo" entre as regiões, para alcançar a paz.

O texto resume as inquietações dos bispos de todo mundo reunidos no Vaticano um mês depois dos atentados nos Estados Unidos em 2001.

João Paulo 2º considera também os problemas de caráter ecológico e pede aos religiosos não apenas para globalizar a solidariedade, mas também para proteger os recursos da Terra.

"É necessário um diálogo ecológico, os bispos devem dar sua contribuição para ensinar uma relação correta do homem com a natureza", diz o documento.

A Exortação Apostólica confirma a oposição da igreja ao aborto e à eutanásia, que significa um "sim à vida, um sim à boa vontade da criação, um sim a todo ser humano que pode alcançar o santuário de sua consciência, um sim à família, primeira célula da esperança de Deus".

O pontífice entregou uma cópia do texto a cinco prelados que representavam os cinco continentes: monsenhor Czeslaw Kozon, bispo de Copenhague (Dinamarca), monsenhor Carlo Maria Collazzi Ieazabal, bispo de Mercedes (Uruguai), monsenhor Karl Hesse, arcebispo de Rabaul (Papua-Nova Guiné), monsenhor Augustin Jun-chi Nomura, bispo de Nagoya (Japão) e monsenhor Severino Niwemugizi, bispo de Rulenge (Tanzânia).

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