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22/10/2003 - 15h35

Atentado em Bagdá ocorreu por negligência da ONU, diz relatório

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da France Presse, em Nova York

O atentado contra a sede das Nações Unidas em Bagdá, que deixou 22 mortos em agosto, ocorreu por negligência da própria ONU (Organização das Nações Unidas), segundo um relatório publicado hoje em Nova York.

O informe, redigido por uma "comissão independente" nomeada pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi elaborado sob a supervisão do ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari, e diz que a ONU desrespeitou procedimento de segurança que possibilitaram o atentado em Bagdá contra a organização.

O documento destaca que o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que morreu no ataque, foi advertido que seu escritório estava particularmente exposto, mas recusou-se a mudar de local. Vieira de Mello era o máximo representante da ONU em Bagdá.

Obstáculos

O relatório diz ainda que "altos funcionários da ONU pediram à coalizão (anglo-americana) que removesse os obstáculos instalados no caminho de acesso" e ao redor do Hotel Canal, onde funcionava a sede das Nações Unidas em Bagdá. O caminhão-bomba utilizado no atentado percorreu exatamente uma destas rotas (desbloqueadas).

"A preocupação com a segurança manifestada pela equipe [da ONU] no local (Bagdá) não correspondia ao nível real de hostilidade", diz o documento.

O informe diz também que em 22 de setembro, a ONU sofreu um segundo atentado com carro-bomba em Bagdá, que deixou dois mortos, incluindo o terrorista suicida. Os responsáveis pela segurança recomendaram então a retirada de todo o pessoal das Nações Unidas do Iraque, mas Kofi Annan não atendeu tal determinação. Finalmente, o número de funcionários da ONU no Iraque foi reduzido de 650 para 40.

O texto destaca que a retirada do pessoal não iraquiano da ONU recomendada pelos especialistas em segurança foi apoiada por responsáveis da organização em Nova York.

"Altos responsáveis da ONU em Nova York tomaram uma decisão no mesmo sentido, mas o secretário-geral decidiu não considerá-la, essencialmente para manter uma presença institucional mínima no Iraque", diz o documento.

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