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27/10/2003 - 12h51

Funcionários da Cruz Vermelha testemunham atentado em Bagdá

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da France Presse, em Bagdá

Os funcionários da sede do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Bagdá começavam a trabalhar na manhã de hoje quando uma ambulância conduzida por um terrorista suicida explodiu diante do edifício, provocando várias mortes entre os empregados, majoritariamente iraquianos.

"Eram 8h30 [3h30 em Brasília], eu estava no prédio quando uma explosão de grande potência o sacudiu. Na hora não me dei conta do que estava acontecendo. Depois vi a fumaça, os estragos e entendi", declarou Haidar Mustafah, ainda atordoado e com a camisa manchada de sangue.

"Geralmente mais de cem pessoas estão no edifício nesse horário, mas hoje, por causa dos horários tardios do Ramadã, a maioria das pessoas começa a chegar ao local às 9h em vez das 8h15", afirmou o funcionário do CICV numa referência ao início do mês sagrado muçulmano.

"Um carro-bomba com os símbolos da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho avançava a toda velocidade em direção ao edifício, mas foi interceptado por policiais e membros da força de proteção. Então o motorista o explodiu", afirmou o general americano Mark Hertling.

Suicida

O ataque contra a sede do Comitê Internacional da Cruz Vermelha foi "definitivamente" um atentado suicida, declarou o general de brigada do Exército americano Mark Hertling. Segundo ele, dez iraquianos foram mortos e outros dez ficaram feridos no ataque.

Diante do edifício, dois veículos estavam em chamas e provocavam uma nuvem negra e escurecia o céu. As ambulâncias não paravam de chegar ao local do atentado.

Empregados do CICV que chegavam para trabalhar começaram a chorar. Eles imploravam aos policiais iraquianos que isolavam o local que os deixassem passar para que conseguissem notícias.

"Meu Deus! Meu Deus! Nossos amigos estão lá dentro", gritava uma das pessoas em meio ao ensurdecedor barulho dos helicópteros americanos que sobrevoavam o local.

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Depois, os funcionários seguiram para o estacionamento que levava à entrada de fundos do edifício, onde um guarda, consternado, anunciou a morte de um de seus colegas.

A sede do CICV não estava protegida por um dos muros de cimento erguidos pela coalizão diante dos prédios importantes de Bagdá depois dos atentados contra a ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo o general Hertling, a fachada do edifício foi destruída e as janelas explodiram em pedaços num raio de 500 metros.

"Foi um ato covarde", disse Boghos Yervant diante de sua casa sem janelas.

"Acusamos Israel e os Estados Unidos", gritava uma jovem, enquanto esperava notícias de sue marido, empregado da Cruz Vermelha.

Outros acusavam os partidários do ex-presidente Saddam Hussein ou Osama bin Laden.

"A gente estava com medo. Todas as organizações foram atacadas. Só restava a nossa", disse Ahmed, funcionário administrativo do CICV.

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