Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/10/2003 - 19h45

Parlamento argentino abre processo contra juiz da Suprema Corte

Publicidade

da France Presse, em Buenos Aires

A Câmara dos Deputados da Argentina abriu hoje um processo de destituição contra o juiz Adolfo Vázquez, que integra a Suprema Corte do país, como parte de uma ofensiva do governo do presidente Néstor Kirchner para renovar o tribunal.

A Comissão de Julgamento Político dos Deputados aprovou hoje, ao considerar que existem provas suficientes, o início do procedimento contra Vázquez por suposto mal desempenho de suas funções em cinco casos.

A eventual retirada de Vázquez é uma das etapas do objetivo de Kirchner de garantir a transparência e independência do Poder Judiciário, uma instituição desacreditada ante a opinião pública.

O juiz integrava a chamada "maioria automática" da Corte, que favorecia os interesses do governo do ex-presidente Carlos Menem (1989-99).

Renúncias e suspensão

O ex-presidente da Suprema Corte, Julio Nazareno, e o juiz Guillermo López renunciaram a seus cargos antes do início dos processos de destituição, enquanto seu colega Eduardo Moliné O'Connor foi suspenso.

O'Connor pode tornar-se o primeiro juiz da corte a enfrentar um julgamento político desde 1947, e afirma que se defenderá das acusações apresentadas contra ele.

Vázquez, Nazareno, López e O'Connor integravam a maioria automática do principal tribunal da Argentina, cujo número de membros foi ampliado de cinco para nove durante o governo de Menem.

Novo membro

O governo conseguiu em um tempo relativamente curto --cinco meses-- remover dois membros do tribunal, avançar no processo de outros dois e obter a aprovação do Congresso para que o reconhecido jurista Eugenio Zaffaroni ocupe uma das vagas.

Zaffaroni, que assumirá o cargo amanhã, foi o primeiro postulante à Suprema Corte que enfrentou um inédito sistema de exposição pública, durante o qual associações de advogados e juristas, organizações não governamentais e outras entidades opinaram a favor ou contra a sua nomeação.

A ofensiva do governo parece não terminar nos quatro magistrados já mencionados. O ministro da Justiça, Gustavo Béliz, afirmou hoje que será uma "injustiça" se o Congresso decidir não submeter a julgamento político os juízes da corte que assinaram as mesmas resoluções pelas quais O'Connor foi suspenso.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página