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09/11/2003
-
09h32
JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S.Paulo
Mynga Futrell é autora de livros para professores secundários. É também uma das fundadoras do movimento "bright".
Folha - A divisão entre igreja e Estado está ameaçada?
Mynga Futrell - O governo Bush tem atropelado esse princípio, ao fazer com que, em lugar do governo, sejam entidades filantrópicas ligadas a igrejas que recebam fundos para atividades sociais.
Folha - O peso da religião nos EUA leva europeus a comparar seu país com o mundo islâmico. É um exagero?
Futrell - Tem crescido aqui a receptividade a uma visão mais fundamentalista das religiões. O fundamentalismo é perigoso porque sinaliza o modelo teocrático. Claro que não estamos lá, mas temos dado passos nessa direção.
Os americanos acreditam que é bom que no Iraque as mesquitas sejam afastadas da política. Mas têm dificuldades em aplicar o mesmo raciocínio aos EUA.
Folha - A Corte Suprema vai julgar o caso da família agnóstica que não quer que sua filha fique exposta à menção "sob a proteção de Deus", recitada por professores. Como vocês reagirão?
Futrell - Seria uma vitória importante se essa menção deixasse de existir. O outro lado disso é que tal vitória poderia levar o Congresso a aprovar uma emenda que autorizasse a menção e comprometesse a dimensão laica do Estado.
Leia mais
Ateus se unem para "sair do armário" nos EUA
"Bright" vê ameaça à divisão entre igreja e Estado
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da Folha de S.Paulo
Mynga Futrell é autora de livros para professores secundários. É também uma das fundadoras do movimento "bright".
Folha - A divisão entre igreja e Estado está ameaçada?
Mynga Futrell - O governo Bush tem atropelado esse princípio, ao fazer com que, em lugar do governo, sejam entidades filantrópicas ligadas a igrejas que recebam fundos para atividades sociais.
Folha - O peso da religião nos EUA leva europeus a comparar seu país com o mundo islâmico. É um exagero?
Futrell - Tem crescido aqui a receptividade a uma visão mais fundamentalista das religiões. O fundamentalismo é perigoso porque sinaliza o modelo teocrático. Claro que não estamos lá, mas temos dado passos nessa direção.
Os americanos acreditam que é bom que no Iraque as mesquitas sejam afastadas da política. Mas têm dificuldades em aplicar o mesmo raciocínio aos EUA.
Folha - A Corte Suprema vai julgar o caso da família agnóstica que não quer que sua filha fique exposta à menção "sob a proteção de Deus", recitada por professores. Como vocês reagirão?
Futrell - Seria uma vitória importante se essa menção deixasse de existir. O outro lado disso é que tal vitória poderia levar o Congresso a aprovar uma emenda que autorizasse a menção e comprometesse a dimensão laica do Estado.
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