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11/11/2003 - 03h35

Verba de ricos a pobres na educação cai 26%

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ANTÔNIO GOIS
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Nova Déli (Índia)

Os países mais ricos do mundo reduziram em 26% sua contribuição para a educação básica em nações mais pobres entre 1990 e 2001, apesar do compromisso de aumentá-la. No período, os recursos para a área caíram de US$ 5 bilhões para US$ 3,7 bilhões.

A informação consta do relatório produzido pela Unesco neste ano para acompanhar a evolução dos países no cumprimento das metas assumidas em 2000, quando foi realizado o Fórum Mundial de Educação, em Dacar (Senegal), com a participação de 181 países.

O documento serve de base para o 3º Encontro do Grupo de Alto Nível da Unesco de Educação para Todos. A conferência de três dias, aberta ontem em Nova Déli (Índia), visa discutir as dificuldades para cumprir as metas.

Além de menores, os recursos para a educação não têm priorizado o nível básico. Apenas 13% dos US$ 3,7 bilhões tiveram como destino o que no Brasil corresponde ao ensino fundamental.

O estudo mostra que os recursos dos países ricos representam 74% do volume total (US$ 5 bilhões) destinado à educação em 2001. O restante tem como fonte organismos internacionais, como o Banco Mundial, o Unicef e a Unesco, ligados à ONU.

"Os países ricos e os organismos internacionais repassaram ao ensino básico apenas US$ 1,4 bilhão em 2001. Estimamos que, para as metas de Dacar serem cumpridas, esse valor teria de chegar a US$ 7 bilhões", disse Christopher Colclough, diretor do grupo que elaborou o relatório.

Há três anos, os países mais pobres se comprometeram a eliminar as desigualdades no acesso à educação até 2005 e a reduzir em 50% a taxa de analfabetismo. Já os países mais ricos e os principais organismos de financiamento se comprometeram a ajudar os governos que se empenhassem a alcançar as metas de Dacar.

No entanto, segundo o relatório, 76 países dificilmente cumprirão a meta de reduzir a desigualdade contra as mulheres no acesso à escola até 2005. O documento diz ainda que, no ritmo atual, a taxa de analfabetismo no mundo cairá apenas 7%.

"Os países doadores e as instituições internacionais assumiram o compromisso de que nenhum governo seriamente envolvido com a educação básica deixaria de cumprir as metas por falta de recursos. Chegou a hora de cumprir o compromisso", afirmou o premiê indiano, Atal Bihari Vajpayee, ao abrir o encontro.

Segundo o relatório, os países que mais repassaram recursos para a educação de nações mais pobres em 2001 foram o Japão (US$ 818 milhões), a França (US$ 771 milhões) e a Alemanha (US$ 568 milhões). Os principais beneficiados são estão na África e na Ásia.

O jornalista Antônio Gois viajou a convite da Unesco
 

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