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20/11/2009 - 17h05

ONU pede que Irã aceite acordo nuclear até fim do ano e refuta sanções

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da Folha Online

O chefe da agência nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas), Mohamed ElBaradei, pediu nesta sexta-feira que o Irã aceite até o fim do ano a proposta internacional para enriquecimento de seu urânio no exterior e aconselhou as potências ocidentais para que encerrem o discurso por mais sanções contra o país.

ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmou ainda que o rascunho de um acordo alcançado pela agência junto às potências e ao Irã é uma chance rara para Teerã acabar com a desconfiança internacional em torno de seu programa nuclear.

O Ocidente afirma que Teerã utiliza o programa nuclear para mascarar a produção de armas, acusação que o país nega.

"Eu esperaria definitivamente que nós cheguemos a um acordo antes do final do ano", disse ElBaradei, em conferência em Berlim, na Alemanha. "Eu acredito francamente que a bola está com os iranianos. Eu espero que eles não percam esta chance única, mas fugaz".

ElBaradei disse ainda não acreditar que a rejeição iraniana à proposta, que não foi entregue por escrito, mas reiterada pelos discursos de seu chanceler, seja a posição final de Teerã e disse manter contato com seus colegas no país.

"O que eu tive foi uma resposta oral, basicamente dizendo que nós precisamos manter todo o material no Irã até termos todo o combustível. Este, para mim, é um caso extremo de falta de confiança".

ElBaradei reconheceu, contudo, que há motivos históricos nas relações entre o Irã e o Ocidente para tais desconfianças e ressaltou que mais sanções --possibilidade que começou a aparecer no discurso das potências-- provavelmente deixariam o Irã mais resistente. "Em minha visão, as sanções deixaram as coisas muito piores".

Acordo

Em 21 de outubro passado, em Viena, como parte de uma reunião entre o Irã, França, Rússia e os Estados Unidos, a AIEA apresentou um projeto de acordo que permitiria a Teerã garantir a entrega de combustível nuclear para seu reator de pesquisa.

O acordo visa a definir os termos do envio de cerca de 1.200 dos 1.500 quilos de urânio enriquecido a 3,5% que o país possui à Rússia, onde deve ser enriquecido até 19,75% de pureza --o suficiente para gerar energia e incapaz de produzir armas nucleares. Para fabricar uma bomba atômica, são necessários cerca de 2.000 quilos de urânio enriquecido acima de 90%.

O urânio enriquecido seria então transferido à França, onde seria transformado em combustível nuclear e depois devolvido ao Irã para uso em um reator científico em Teerã que produz medicamento para tratamento de câncer. Esse reator funcionava até agora com combustível atômico de fabricação argentina, recebido em 1993 e que está acabando.

O texto estabelece ainda a supervisão da AIEA sobre o processo.

Após seis dias do prazo estabelecido, o Irã entregou à AIEA sua resposta à proposta de acordo com emendas para que a entregado urânio seja gradual.

Na primeira emenda, o Irã propõe entregar o urânio enriquecido ao nível de 3,5% de forma progressiva para obter, em contrapartida, o combustível a 20% necessário para o reator de pesquisas de Teerã. Na segunda emenda, o Irã propõe a troca ao mesmo tempo de uma quantidade de urânio levemente enriquecido pelo combustível necessário para o reator de Teerã.

Os EUA rejeitaram os pedidos iranianos por emendas no documento e uma nova rodada de negociação sobre o tema. O presidente Barack Obama afirmou que o tempo de resolver as coisas com diplomacia está acabando e começa a subir o tom sobre sanções.

Com Reuters

 

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