Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/11/2003 - 20h23

Começa a 13ª reunião da Cúpula Ibero-Americana

Publicidade

da France Presse, em Santa Cruz (Bolívia)

Os governantes de 21 países ibero-americanos e o secretário-geral da ONU (Organização das Nações unidas), Kofi Annan, inauguraram hoje uma reunião de cúpula que apoiará a democracia boliviana, tratará da exclusão social e dará a partida para criar instituições ibero-americanas permanentes.

As sessões da 13ª Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de Governo foram abertas, formalmente, às 17h15 (19h15 de Brasília), quando o presidente anfitrião, Carlos Mesa, deu as boas-vindas aos seus convidados no centro de convenções do hotel Los Tajibos de Santa Cruz.

Estão presentes ao evento todos os presidentes ibero-americanos (América Latina, Espanha e Portugal), à exceção do presidente cubano, Fidel Castro, que não vai comparecer por problemas de "agenda", segundo o embaixador cubano na Bolívia, Luis Felipe Vázquez.

A etapa prévia à abertura da reunião foi marcada por um agitado cronograma de contatos bilaterais, com destaque para os protagonizados pelo convidado especial da cúpula, Kofi Annan.

Encontro

A questão do papel da ONU no mundo, o terceiro ponto da Declaração final, é um dos que mais discussões provocaram entre os 21 países participantes do encontro.

O secretário-geral da ONU se reuniu, entre outros, com o presidente boliviano, Carlos Mesa; o líder dos plantadores de coca e da oposição do país, Evo Morales, e tinha previsto conversar depois com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, assim como com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Annan confirmou a reunião com Morales, a quem reforçou "a necessidade de que todos os atores sociais, econômicos e políticos abracem plenamente a democracia e assumam a responsabilidade para garantir o êxito da mesma, sem recorrer à violência", segundo a transcrição oficial de sua coletiva de imprensa.

Morales, que deve se apresentar amanhã no plenário do fórum ibero-americano, foi um dos líderes da revolta popular que há menos de um mês levou à queda do governo do presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, deixou um saldo de cerca de 80 mortos e colocou no poder o atual presidente, Carlos Mesa.

Agenda

Em relação a sua reunião prevista com Uribe, Annan disse que a ONU "está muito comprometida com a Colômbia", embora seus esforços "sejam limitados" no que diz respeito ao processo de paz entre o governo colombiano e os grupos paramilitares.

Mesa também teve uma agenda apertada hoje. Antes do meio-dia, ele já tinha se reunido com Annan, com o premiê espanhol, José María Aznar; o mexicano, Vicente Fox; o rei da Espanha, Juan Carlos, e o presidente guatemalteco, Alfonso Portillo.

Depois da abertura oficial e ao longo do sábado, os governantes ibero-americanos vão discutir uma série de pontos, entre os quais o mais polêmico deve ser o chamado "Informe Cardoso".

Este relatório, apresentado pelo ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, propõe estabelecer instituições ibero-americanas permanentes, com uma secretaria-geral e personalidade jurídica, para atuar internacionalmente como bloco.

Informe

"O relatório do (ex) presidente Cardoso (...) será um relatório fundamental para essa busca de relançamento desta cúpula ibero-americana", disse o presidente Mesa durante a reunião.

"Eu trago um informe que me foi pedido pelos presidentes da cúpula anterior. Nesse informe, faço algumas propostas que são, me parece, interessantes para ter mais viabilidade prática nas cúpulas no futuro", afirmou o próprio Fernando Henrique ao chegar à Bolívia.

O outro aspecto-chave da Declaração que os governantes vão aprovar amanhã é o comercial e o agrícola. Sobre a mesa está uma proposta da Argentina para que "Espanha e Portugal nos representem no âmbito da União Européia (UE)" para defender a posição latino-americana contra as subvenções agrícolas.

O aspecto que mais unanimidade gerou entre os participantes foi a proposta de dar, na Declaração final, apoio às novas autoridades e à democracia boliviana.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página