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23/11/2003 - 10h16

Guarda Nacional vira oposição e pede renúncia do presidente da Geórgia

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da France Presse, em Tbilisi (Geórgia)

A Guarda Nacional, composta por centenas de homens do Ministério de Defesa da Geórgia, passou para o lado da oposição, anunciou neste domingo Vassil Maglaperidzé, um dos líderes da oposição.

Antes, uns 50 efetivos de uma unidade das forças especiais do Ministério do Interior tinham se unido também à oposição, segundo anunciou um de seus oficiais.

'Não temos direito de atuar contra o povo, decidimos então ficar de seu lado', declarou um oficial da unidade à agência de notícias France Presse.

Crise

A oposição declarou a presidente do Parlamento, Nino Burdjanadze, governante provisória do país.

'De acordo com a Constituição, Nino Burdjanadze é a presidente da Geórgia até a realização de novas eleições parlamentares e presidenciais', declarou o líder da oposição, Mikhail Saakachvili.

A oposição denunciou fraude na eleição do dia 2 de novembro, da qual foi declarado vencedor o partido de Shevardnadze, e exigiu a renúncia do presidente, com a organização de novas eleições.

Ontem, manifestantes conseguiram invadir o Parlamento enquanto Shevardnadze pronunciava seu primeiro discurso após as polêmicas eleições, obrigando o presidente a fugir pela porta dos fundos, cercado de guarda-costas.

'Um golpe de Estado aconteceu na Geórgia', disse pouco tempo depois uma lacônica declaração da Presidência.

Ocupação

Horas depois, cerca de 3.000 opositores tomaram a sede da Presidência, apesar de uma breve resistência da polícia, e anunciaram que manterão a ocupação.

Cerca de 30 mil manifestantes se reuniram na praça da Liberdade de Tbilisi para exigir a renúncia de Shevardnadze, segundo Saakachvili.

Pelo menos 10 mil opositores que gritavam por 'renúncia' romperam um cerco policial e se preparavam para invadir os escritórios do presidente, apesar das bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia.

No entanto, Saakachvili afirmou que as manifestações continuarão sendo pacíficas.

Diplomacia

Shevardnadze falou por telefone na noite de hoje com o secretário americano de Estado, Colin Powell, e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Powell, que prometeu viajar em breve à Geórgia, manifestou sua 'preocupação com a evolução inconstitucional da situação', mas aprovou 'a ação das forças de segurança, que conseguiram evitar um banho de sangue'.

Diante da gravidade da situação, a Rússia decidiu enviar à Geórgia seu ministro das Relações Exteriores, Igor Ivanov. No entanto, Moscou disse que suas tropas posicionadas no país não intervirão no conflito.

'As tropas russas não se envolverão na situação em Tbilisi, pois a Rússia a considera um problema interno da Geórgia', disse um porta-voz do Ministério da Defesa.

A evolução da situação na Geórgia foi objeto de consultas entre Putin e dirigentes da Comunidade dos Estados Independentes (CEI, ex-URSS), segundo o porta-voz do Kremlin, Alexei Gromov

Putin se declarou 'preocupado', e manifestou a esperança de que 'a crise seja resolvida de maneira pacífica e constitucional', informou a Presidência da Geórgia.

A missão de Ivanov foi decidida após um acordo com o presidente em exercício da CEI, o dirigente ucraniano Leonid Kutchma, acrescentou Gromov.
 

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