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25/11/2003 - 16h13

Irlanda do Norte realiza eleições amanhã

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da Folha Online

Os eleitores da Irlanda do Norte votam amanhã a reativação da administração católica e protestante no território britânico. Cerca de 1,1 milhão de pessoas devem decidir sobre a retomada da Assembléia da Irlanda do Norte.

A polícia da Irlanda do Norte alertou hoje que militantes contrários à retomada da Assembléia podem realizar ataques amanhã. Por isso, 2.000 homens serão mobilizados para proteger os pontos de votação.

A votação começa às 7h (5h em Brasília).

Hoje o Reino Unido fez um último apelo para que a população da Irlanda do Norte compareça às eleições e ajude na retomada de uma política moderada. Os legisladores eleitos terão o poder de formar, ou bloquear, uma administração conjunta de católicos e protestantes.

Mas analistas dizem que os esforços para a retomada de divisão de poderes poderia ser destruída por radicais de ambos os lados.

Conflitos

O premiê do Reino Unido, Tony Blair, adiou duas vezes a eleição para a Assembléia da Irlanda do Norte e culpou o IRA (Exército Republicano Irlandês) pela decisão.

Até meados dos anos 90, a Irlanda do Norte era palco de conflitos político-religiosos. De um lado, os católicos, tentando juntar o país à vizinha Irlanda; de outro, os protestantes, buscando mantê-lo como parte do Reino Unido.

O cenário mudou com um acordo em 1998 para governo conjunto, o chamado Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa. Bill Clinton (1993-2001), antecessor do presidente norte-americano, George W. Bush, teve papel fundamental para o acerto, rompido em outubro de 2002, após acusações de que o IRA tinha espiões no governo.

Os unionistas protestantes querem que a Irlanda do Norte continue ligada ao Reino Unido. Nacionalistas católicos querem a reunificação com a República da Irlanda, um país independente de maioria católica.

Assembléia

A Assembléia da Irlanda do Norte tem 108 cadeiras e seu funcionamento foi estabelecido pelo acordo de 1998. Um gabinete de 12 membros, conhecido como Executivo, é originado da assembléia. Um primeiro-ministro e seu vice devem ser escolhidos pela maioria dos dois blocos da assembléia (unioniasta e nacionalista).

As dez pastas ministeriais são distribuídas entre os partidos de acordo com sua força na assembléia. O maior partido escolhe primeiro quais pastas quer assumir.

O acordo também estabeleceu órgãos para coordenar relações entre Irlanda do Norte e República da Irlanda.

O Partido Unionista do Ulster (moderado) e o Partido Democrata Unionista (radical) disputam os votos dos protestantes, enquanto o Partido Social Democrata e Trabalhista (moderado) e o Sinn Fein (braço político do IRA, radical), disputam os votos dos católicos.

Sem um acordo entre protestantes e católicos, a assembléia não poderá funcionar. Por isso, são esperadas mais negociações entre as duas partes para depois das eleições.

Acordo

O Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa previa a adoção de uma série de medidas que levariam a uma maior autonomia da Irlanda do Norte em relação ao governo britânico.

Entre os principais pontos figurava a formação da Assembléia da Irlanda do Norte --instaurada em 1999-- com poder de decisão sobre algumas questões regionais, como saúde, educação ou agricultura.

Republicanos e protestantes formaram uma delicada coalizão dentro de um comitê executivo da assembléia responsável por administrar a Irlanda do Norte.

A libertação de presos políticos e a entrega das armas do IRA a uma comissão formada especialmente para esse fim foram outros pontos importantes do acordo de paz --e também motivo de nova discórdia entre os dois lados, que levaram à desintegração da assembléia em outubro de 2002.

Com agências internacionais

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