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26/11/2003 - 14h53

Grupo "atropela" governo e tenta paz em crise israelo-palestina

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BIANCA KESTENBAUM BANAI
especial para a Folha Online, em Tel Aviv

Uma comitiva de 300 pessoas (150 israelenses e 150 palestinos) viaja à Suíça para a cerimônia de assinatura do Acordo de Genebra, na segunda-feira (1º), segundo a assessoria do comitê responsável pelo projeto.

O plano de paz alternativo, elaborado por uma comissão mista de israelenses e palestinos, foi negociado durante os últimos dois anos e liderado pelo ex-ministro da Justiça de Israel, Yossi Beilin, e pelo ex-ministro palestino da Informação e chefe da delegação que negociou a paz nos anos de 1999 e 2000, Yasser Abed Rabbo.

Representantes de vários setores da sociedade israelense já confirmaram presença na viagem, segundo informações do site da comitiva, como empresários, militares da reserva, acadêmicos, artistas --entre eles os cantores David Broza, Aviv Guefen e Ehud Banai--, políticos de esquerda e Viki Knafo, mãe solteira que liderou uma manifestação e greve de fome em Jerusalém, no início deste ano, contra o corte dos subsídios às famílias necessitadas.

Membros de diversos segmentos do povo palestino também estarão presentes em Genebra. A Autoridade Nacional Palestina já demonstrou interesse pelas cláusulas do acordo.

Encontro

O presidente de Israel, Moshe Katzav, receberá hoje, na residência oficial, em Jerusalém, representantes dois dois lados que apóiam o plano. A delegação palestina é liderada por Abed Rabbo.

O plano prevê concessões de ambas as partes. Uma das principais propostas é o estabelecimento de um governo palestino na Cisjordânia, faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Em troca os palestinos abdicariam da exigência do direito de retorno dos refugiados para Israel e ao conflito armado.

Os israelenses, segundo o acordo, desocupariam todos os assentamentos judaicos em território palestino.

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O Acordo de Genebra está sendo amplamente divulgado em Israel. Além da campanha na mídia, foi realizada uma grande operação de distribuição de apostilas explicativas (com 47 páginas), considerada pelo comitê como a maior já feita no país, segundo seu site.

As apostilas com cópia do texto integral do projeto --em hebraico-- foram enviadas para cerca de 1,9 milhão de residências em todo o território israelense. Cópias em russo também foram impressas e estão sendo enviadas segundo solicitação dos imigrantes da antiga União Soviética.

Nos territórios palestinos, a população recebeu uma cópia em árabe junto com os jornais diários, durante alguns dias. Parte dos palestinos recebeu o texto por meio do correio.

O comitê israelense criou uma página na internet www.heskem.org.il e disponibilizou a redação integral do plano em hebraico e inglês. Há também um fórum on-line de discussões, no qual mais de 1.500 internautas já enviaram perguntas e críticas ao acordo, desde o dia 17.

Pesquisa

No domingo (23), um levantamento do Instituto Baker de Política Pública, do Texas, mostrou que mais da metade dos israelenses e dos palestinos apóia o plano de paz alternativo.

Segundo a pesquisa, 56% dos palestinos e 53% dos israelenses são a favor do plano, que não tem valor legal. Já os opositores correspondem a 44% em Israel e 39% entre os palestinos.

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