Publicidade
Publicidade
Bolívia busca mercado e dinheiro para gás
Publicidade
FLÁVIA MARREIRO
enviada especial da Folha de S. Paulo a Santa Cruz de La Sierra (Bolívia)
Quase quatro anos após a nacionalização do setor de gás da Bolívia, e --tudo indica-- a poucos dias de ser reeleito presidente, Evo Morales vê-se com dois problemas pela frente.
Os desafios de curto e médio prazos são atrair investimentos privados para seguir explorando as reservas do país e buscar novos mercados para a principal riqueza boliviana.
Desde a posse de Morales, em 2006, houve apenas tímida melhora no volume de gás produzido, e há problemas de gestão e operação na estatal do gás, a YPFB, que trocou cinco presidentes no período.
Se os preços altos do gás ajudaram a promover o crescimento médio do PIB --4,5% no período-- e pesaram para proporcionar o gasto público que permitirá à Bolívia crescer 3% em 2009 (a melhor performance das Américas), já há redução de receita desde o ano passado.
Por contrato, que vale até 2019, o Brasil, o maior mercado boliviano, tem de importar, quer o utilize ou não, ao menos 24 milhões de m3/dia de gás, na média anual.
No primeiro semestre deste ano, a demanda brasileira foi 28% menor que no mesmo período de 2008.
Sempre há sazonalidade na demanda de gás, mas a dependência do Brasil, que busca novas fontes de energia, e a ausência de alternativas de mercado preocupam.
Uma opção seria a Argentina, que no mesmo período dobrou sua demanda. O problema é que falta gasoduto para fazer o combustível chegar lá. "Além disso, a Argentina é um mercado subvencionado. Não é bom nem para o vendedor", diz o analista Carlos Delius.
O governo já cogitou construir no país uma indústria para liquefazer o gás e transportá-lo para outros mercados. Mas, para analistas, o gargalo será o mesmo que vem afetando o setor como um todo: falta de investimento.
La Paz colocou US$ 1 bilhão do Tesouro na YPFB. "Mas estima-se que eles necessitem no total US$ 5 bilhões de investimento", aponta Stephen Keppel, analista da Economist Intelligence Unit para a Bolívia.
Por enquanto, não há sinais de que esse dinheiro virá no curto prazo. Os investidores esperam a regulamentação do setor sob a nova Constituição.
Keppel diz que ainda há temor por conta de questões como remessa de lucro e investimento estrangeiro, embora identifique na YPFB "pessoas que entenderam que precisarão de investimento para seguir produzindo".
Na semana passada, a espanhola Repsol anunciou que aplicará US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos. Mas muitos veem na cifra um significado político, como também dizem ter sido o US$ 1 bilhão anunciado pela Petrobras em 2008.
No caso da empresa brasileira, quase nada saiu do papel, parte por problemas técnicos e legais envolvendo campos de exploração. Parte, porém, também pode ser atribuído à relação Petrobras-La Paz, que jamais curou-se totalmente das feridas da nacionalização.
Segue inconclusa uma negociação entre a empresa e La Paz: o pagamento pelos chamados "gases ricos" atrelados ao gás vendido ao Brasil. Os países acertaram que a Petrobras pagaria pelo adicional um valor acordado de US$ 100 milhões retroativo ao ano de 2007 --que ainda não foi pago.
Leia mais notícias sobre as eleições na Bolívia
- Morales encerra campanha pedindo mais 5 anos para "acelerar mudanças"
- Filho de Evo Morales vai à TV pedir casa ao presidente boliviano
- Reeleição de Evo Morales acentua instabilidade na Bolívia; ouça análise
Outras notícias internacionais
- OEA faz reunião sobre Honduras com pouca expectativa de consenso
- Suposto serial killer declara-se inocente por demência nos EUA
- Polícia mexicana liberta 107 pessoas exploradas em clínica de reabilitação
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
avalie fechar
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
avalie fechar