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04/12/2009 - 08h33

Bolívia busca mercado e dinheiro para gás

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FLÁVIA MARREIRO
enviada especial da Folha de S. Paulo a Santa Cruz de La Sierra (Bolívia)

Quase quatro anos após a nacionalização do setor de gás da Bolívia, e --tudo indica-- a poucos dias de ser reeleito presidente, Evo Morales vê-se com dois problemas pela frente.

Os desafios de curto e médio prazos são atrair investimentos privados para seguir explorando as reservas do país e buscar novos mercados para a principal riqueza boliviana.

Desde a posse de Morales, em 2006, houve apenas tímida melhora no volume de gás produzido, e há problemas de gestão e operação na estatal do gás, a YPFB, que trocou cinco presidentes no período.

Se os preços altos do gás ajudaram a promover o crescimento médio do PIB --4,5% no período-- e pesaram para proporcionar o gasto público que permitirá à Bolívia crescer 3% em 2009 (a melhor performance das Américas), já há redução de receita desde o ano passado.

Por contrato, que vale até 2019, o Brasil, o maior mercado boliviano, tem de importar, quer o utilize ou não, ao menos 24 milhões de m3/dia de gás, na média anual.

No primeiro semestre deste ano, a demanda brasileira foi 28% menor que no mesmo período de 2008.
Sempre há sazonalidade na demanda de gás, mas a dependência do Brasil, que busca novas fontes de energia, e a ausência de alternativas de mercado preocupam.

Uma opção seria a Argentina, que no mesmo período dobrou sua demanda. O problema é que falta gasoduto para fazer o combustível chegar lá. "Além disso, a Argentina é um mercado subvencionado. Não é bom nem para o vendedor", diz o analista Carlos Delius.

O governo já cogitou construir no país uma indústria para liquefazer o gás e transportá-lo para outros mercados. Mas, para analistas, o gargalo será o mesmo que vem afetando o setor como um todo: falta de investimento.

La Paz colocou US$ 1 bilhão do Tesouro na YPFB. "Mas estima-se que eles necessitem no total US$ 5 bilhões de investimento", aponta Stephen Keppel, analista da Economist Intelligence Unit para a Bolívia.

Por enquanto, não há sinais de que esse dinheiro virá no curto prazo. Os investidores esperam a regulamentação do setor sob a nova Constituição.

Keppel diz que ainda há temor por conta de questões como remessa de lucro e investimento estrangeiro, embora identifique na YPFB "pessoas que entenderam que precisarão de investimento para seguir produzindo".

Na semana passada, a espanhola Repsol anunciou que aplicará US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos. Mas muitos veem na cifra um significado político, como também dizem ter sido o US$ 1 bilhão anunciado pela Petrobras em 2008.

No caso da empresa brasileira, quase nada saiu do papel, parte por problemas técnicos e legais envolvendo campos de exploração. Parte, porém, também pode ser atribuído à relação Petrobras-La Paz, que jamais curou-se totalmente das feridas da nacionalização.

Segue inconclusa uma negociação entre a empresa e La Paz: o pagamento pelos chamados "gases ricos" atrelados ao gás vendido ao Brasil. Os países acertaram que a Petrobras pagaria pelo adicional um valor acordado de US$ 100 milhões retroativo ao ano de 2007 --que ainda não foi pago.

Comentários dos leitores
Evo Morales, guia espiritual indígena, só faltava essa. Essas republiquetas, nem sei se é isso, não tomam jeito mesmo. Até quando vamos conviver com essa idiotice angular, petrificada na cabeça dessa gente que resiste, intransigetemente, a sair da idade da pedra. A população da Bolívia, na sua maioria de indígenas não poderia ter melhor escolha, e logo, logo, esse indiozinho presidente, será aclamado o Montesuma da Bolívia. Durma com um barulho desse, ou se prepare pra uma longa insônia. Um povo quando é obstinado por natureza, não tem bronca, desenvolve mesmo. Olha, como pode um país cercado por ignorância por todos os lados e não se contaminar, só podia ser o Chile. Grande Chile, orgulho da América Latina e de todos nós, seus admiradores. Lá eles tem presidente, um funcionário do povo. Aqui é o paisão Lula, o papai noel Lula, na Bolívia, além de paisão, mais uma graduação: Guru, guia espiritual e outros adjetivos esdrúxulos. Tenha paciência! sem opinião
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Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Conforme escreveu a missiva Ana Chiummo, há algo de positivo em tudo isso. A oposição tem resistido à uma escalada sem precedentes de populistas que querem trilhar caminhos e modos de produção já há muito abandonados pelo mundo todo, com excessão da caquética Cuba. Enquanto a China Comunista aprova leis de proteção à propriedade privada, nós aqui no Brasil (leia-se o PNDH-3) buscamos aboli-la por baixo do pano. E o ilustre "bolivariano" começa a colher os primeiros frutos podres do seu governo! Sendo assim, como o PT nunca ganha o governo do estado de São Paulo (A única excessão é a prefeitura), tavez seja porque a maioria dos paulistanos prefere outros caminhos. E porque será? sem opinião
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Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Sr. Francisco Lemos
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
12 opiniões
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