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10/12/2003
-
05h36
VITOR PAOLOZZI
da Folha de S.Paulo
O Encontro Mundial sobre a Sociedade da Informação promovido pela ONU começa hoje em Genebra (Suíça) esvaziado, depois que alguns dos principais líderes mundiais cancelaram a presença, e com a perspectiva de mais uma vez colocar países ricos e pobres em lados opostos.
Uma das questões principais dos três dias de debate é sobre quem deve governar a internet. Alguns países como China, África do Sul, Índia e Brasil, defendem que o poder regulador seja transferido de uma organização privada escolhida pelos EUA para um grupo internacional, possivelmente ligado às Nações Unidas.
Paul Twomey, diretor da Corporação da Internet para Nomes e Números Designados (Icann, pela sigla em inglês), a empresa que em 1998 foi encarregada pelos EUA de gerir os sistemas de endereçamento da rede, foi a Genebra defender a organização. Segundo Twomey, a Icann vem abrindo escritórios em vários países e colocou estrangeiros em seu conselho.
Hans Klein, diretor da ONG americana Profissionais da Informática pela Responsabilidade Social, afirma que a preocupação dos países em desenvolvimento é "legítima". Ele dá como exemplo de algo que poderia ser feito pelo governo americano a eliminação dos domínios de países considerados simpatizantes do terrorismo --medida que, na prática, tiraria esses países da internet.
"Como americano, certamente entendo a preocupação dos outros países. Não vou ser patriota e dizer que os EUA deveriam ter o controle. A questão deveria ser decidida com base naquilo que for mais eficaz e eficiente", disse à Folha de S.Paulo Norris Dickard, diretor de Políticas Públicas da Digital Divide Network, ONG americana que tem como objetivo ajudar a eliminar o "fosso digital" que separa nações ricas e pobres.
Outros temas
Cerca de 16 mil participantes se inscreveram no encontro que vai discutir também maneiras de ampliar a segurança da internet (tanto no que diz respeito à privacidade dos usuários quanto às transações financeiras on-line), o maior uso de softwares gratuitos e a proteção dos direitos de propriedade intelectual.
No final do encontro, serão divulgados uma declaração de princípios e um plano de ação. O texto provisório dos dois documentos, resultado de vários encontros preparatórios, traz inúmeros parágrafos com recomendações de ações a serem implementadas pelos governos. No entanto pouco se fala sobre o cumprimento de metas e de onde sairia o dinheiro para que tudo fosse feito.
"É sempre fácil escrever belas palavras, mas a questão, como naquele filme famoso ["Jerry Maguire"], é: 'show me the money' [mostre-me o dinheiro]. Essa questão exige financiamento e compromisso. Algo tem sido feito, a Holanda, o Canadá e os EUA têm programas para ajudar países em desenvolvimento, mas as necessidades ainda são grandes", afirma Dickard.
Com agência Associated Press
Racha ameaça fórum sobre informação
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da Folha de S.Paulo
O Encontro Mundial sobre a Sociedade da Informação promovido pela ONU começa hoje em Genebra (Suíça) esvaziado, depois que alguns dos principais líderes mundiais cancelaram a presença, e com a perspectiva de mais uma vez colocar países ricos e pobres em lados opostos.
Uma das questões principais dos três dias de debate é sobre quem deve governar a internet. Alguns países como China, África do Sul, Índia e Brasil, defendem que o poder regulador seja transferido de uma organização privada escolhida pelos EUA para um grupo internacional, possivelmente ligado às Nações Unidas.
Paul Twomey, diretor da Corporação da Internet para Nomes e Números Designados (Icann, pela sigla em inglês), a empresa que em 1998 foi encarregada pelos EUA de gerir os sistemas de endereçamento da rede, foi a Genebra defender a organização. Segundo Twomey, a Icann vem abrindo escritórios em vários países e colocou estrangeiros em seu conselho.
Hans Klein, diretor da ONG americana Profissionais da Informática pela Responsabilidade Social, afirma que a preocupação dos países em desenvolvimento é "legítima". Ele dá como exemplo de algo que poderia ser feito pelo governo americano a eliminação dos domínios de países considerados simpatizantes do terrorismo --medida que, na prática, tiraria esses países da internet.
"Como americano, certamente entendo a preocupação dos outros países. Não vou ser patriota e dizer que os EUA deveriam ter o controle. A questão deveria ser decidida com base naquilo que for mais eficaz e eficiente", disse à Folha de S.Paulo Norris Dickard, diretor de Políticas Públicas da Digital Divide Network, ONG americana que tem como objetivo ajudar a eliminar o "fosso digital" que separa nações ricas e pobres.
Outros temas
Cerca de 16 mil participantes se inscreveram no encontro que vai discutir também maneiras de ampliar a segurança da internet (tanto no que diz respeito à privacidade dos usuários quanto às transações financeiras on-line), o maior uso de softwares gratuitos e a proteção dos direitos de propriedade intelectual.
No final do encontro, serão divulgados uma declaração de princípios e um plano de ação. O texto provisório dos dois documentos, resultado de vários encontros preparatórios, traz inúmeros parágrafos com recomendações de ações a serem implementadas pelos governos. No entanto pouco se fala sobre o cumprimento de metas e de onde sairia o dinheiro para que tudo fosse feito.
"É sempre fácil escrever belas palavras, mas a questão, como naquele filme famoso ["Jerry Maguire"], é: 'show me the money' [mostre-me o dinheiro]. Essa questão exige financiamento e compromisso. Algo tem sido feito, a Holanda, o Canadá e os EUA têm programas para ajudar países em desenvolvimento, mas as necessidades ainda são grandes", afirma Dickard.
Com agência Associated Press
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