Lojista mata a tiros dois curdos durante protesto na Turquia

Dois curdos foram mortos a tiros por um lojista irritado com uma manifestação contra o fechamento do partido curdo da Turquia, informa a imprensa local.

Segundo a filial da CNN no país, diversos outros manifestantes ficaram feridos no tiroteio, que ocorreu na Província de maioria curda Mus.

Segundo a agência de notícias Efe, o autor dos disparos que mataram os dois manifestantes é um empregado de uma loja. O estabelecimento, assim como outros do mesmo local, foi atacado com pedras por um grupo de manifestantes que participavam do ato, que reuniu cerca de 1.500 pessoas.

Em declarações à rede NTV, Ziya Akkaya, prefeito da cidade de Bulanik, disse que um dos lojistas respondeu ao ataque com disparos. "Uma pessoa abriu fogo contra a multidão de dentro da loja. duas pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas. As pessoas estão fora de controle".

Akkaya disse ainda que a tensão na cidade é grande e que as forças antidistúrbios tiveram que se retirar diante da pressão dos manifestantes.

A Corte Constitucional turca decidiu na semana passada acabar com o Partido da Sociedade Democrática, de origem curda, por vínculos com os rebeldes da minoria étnica que fazem parte do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado ilegal e terrorista.

A decisão levou a protestos violentos dos curdos em todo o país e ameaça acabar com os esforços do governo de ampliar os direitos do grupo. O partido disse que pretende apelas da decisão na Corte Europeia de Direitos Humanos.

Na segunda-feira, o premiê Tayyip Erdogan pediu união nacional e disse que a Turquia vai superar os problemas.

Os rebeldes curdos lutam pela autonomia desde 1984. Desde então, dezenas de milhares de pessoas foram mortas nos conflitos.

Com agências internacionais