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14/12/2003 - 15h45

Captura de Saddam pode ajudar Bush nas eleições de 2004

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JEAN-LOUIS DOUBLET
da France Presse, em Washington

A prisão do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein é um excelente acontecimento para o presidente norte-americano, George W. Bush, no momento em que a situação no Iraque era considerada seu calcanhar de Aquiles, a menos de um ano para as eleições presidenciais de novembro.

Sete meses depois do dramático discurso de 1º de maio a bordo de um porta-aviões que voltava da área de conflito, a prisão de Saddam Hussein é um grande trunfo político, mas o Iraque ainda assedia as forças americanas e a economia dos Estados Unidos não está completamente recuperada.

No entanto, Bush ainda continua bem posicionado para garantir a reeleição que seu pai não conseguiu.

Sem contar com o aumento da popularidade que se seguiu aos ataques em 11 de setembro de 2001, o apoio do eleitorado ao presidente americano está se recuperando depois de passar por uma grande depressão.

Uma pesquisa do início de dezembro da Gallup para o USA Today e a CNN revelou que Bush tinha 55% de aprovação, contra 50% em meados de novembro. Cerca de 48% dos entrevistados disseram que votariam pela reeleição do presidente, contra 46% em outubro.

O presidente e seus estrategistas, dirigidos por Karl Rove, são hábeis nos atos de efeito, que demonstraram na visita surpresa de Bush às tropas em Bagdá durante o Dia de Ação de Graças.

A captura de Saddam Hussein certamente renderá a Bush uma nova injeção de popularidade.

Fundos de campanha

Os fundos de campanha de Bush alcançaram um recorde e seus organizadores esperam contar com US$ 200 milhões para lançar uma campanha de propaganda após sua indicação oficial como candidato do Partido Republicano na convenção de Nova York, prevista para setembro.

A convenção foi marcada para coincidir com o aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro.

Enquanto Bush pai teve que enfrentar Ross Perot na candidatura republicana em 1992, Bush filho está quase certo de ser imbatível dentro de seu partido.

Isto lhe dá uma vantagem sobre seus adversários democratas, entre os quais Howard Dean, o principal pré-candidato democrata no momento.

No entanto, analistas advertiram que, como demonstraram as eleições de 2000, Bush não pode ter certeza até que o último voto seja apurado.

Apesar do retumbante anúncio da captura de Saddam Hussein, os 130.000 soldados americanos no Iraque continuam sendo alvos de ataques diários. De fato, um número maior de soldados americanos morreu depois que Bush declarou o fim dos combates do que durante a guerra para derrubar Saddam Hussein.

As armas de destruição em massa, cuja existência foi usada como justificativa para a guerra, não foram encontradas e os democratas acusam a administração Bush de ter mentido para a opinião pública americana sobre as verdadeiras razões para a invasão do Iraque.

O custo do conflito também é muito alto, em um momento em que os Estados Unidos enfrentam um déficit orçamentário recorde, agravado pelo controvertido corte de impostos que o presidente Bush promoveu para estimular o crescimento econômico.

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