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15/12/2003 - 05h46

Saddam Hussein será julgado por magistrados iraquianos

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JEAN-MICJEL CADIOT
da France Presse, em Paris

O presidente em exercício do Conselho de Governo provisório iraquiano, Abdel Aziz Hakim, declarou neste domingo que Saddam Hussein será julgado no Iraque, por magistrados iraquianos, com a estrutura do recém-criado tribunal para os criminosos de guerra.

"Saddam Hussein será julgado por juízes iraquianos, e o tribunal trabalhará no Iraque com a ajuda de especialistas internacionais", afirmou Hakim.

Hakim chegou na noite deste domingo em Paris, acompanhado por uma delegação do Conselho de Governo, e se reunirá nesta segunda-feira com o presidente francês Jacques Chirac e o ministro das Relações Exteriores Dominique de Villepin.

"O Conselho de Governo decidiu a criação de um tribunal para julgar os criminosos de guerra e os que cometeram crimes contra os iraquianos", explicou Hakim.

Este tribunal "atuará sob a supervisão de especialistas internacionais, segundo o modelo de tribunais internacionais que já processaram criminosos de guerra", afirmou.

"Todo o povo iraquiano, curdos, sunitas, xiitas e cristãos, está feliz com a detenção de Saddam", acredita Hakim, destacando que "hoje começa uma nova era para o Iraque".

Hakim criticou o ex-ditador por "admitir tudo o que fez, sem se arrepender de nada".

Três membros do Conselho de Governo provisório foram a Tikrit reconhecer Saddam Hussein após sua captura, e conversaram com o ex-ditador.

Interrogado sobre a persistência da violência no Iraque, Hakim respondeu que esta diminuirá provavelmente, pois "Saddam Hussein planejava e dirigia algumas operações".

"No entanto, não acredito que sua detenção acabe com todas as ações violentas e terroristas", ponderou. "Para alcançar este objetivo, falta transferir a soberania aos iraquianos, principalmente a responsabilidade da segurança", destacou.

Os Estados Unidos informaram recentemente que prevêem a transferência da soberania em junho de 2004.

Sobre um possível papel da França, Hakim declarou que "apesar de sua oposição à guerra, espero que as autoridades francesas estejam ao lado do povo iraquiano na sua luta para estabelecer um sistema constitucional, e elaborar uma Constituição permanente que respeite a igualdade, os direitos humanos, a mulher e as minorias".

Hakim acrescentou que pedirá em Paris que a França "ajude a conferir à ONU um papel mais importante" no futuro do Iraque.

O presidente do Conselho de Governo provisório negou que seu partido, o xiita Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque (CSRII), queira "instaurar uma república islâmica no Iraque".

"Queremos a pluralidade política, o respeito dos direitos humanos, da identidade iraquiana, e o fim da ocupação", clamou.

Cinco membros do Conselho de Governo provisório chegaram em Paris na noite deste domingo. O presidente da União Patriótica do Curdistão (UPK), Khalal Talabani, deve chegar de Teerã na manhã desta segunda-feira.

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