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17/12/2003
-
19h23
da France Presse, em Washigton
A "pílula do dia seguinte" poderá ser vendida sem receita médica nos Estados Unidos, depois de uma recomendação neste sentido apresentada por um comitê científico, o que provocou a ira de grupos religiosos conservadores.
O comitê de especialistas, integrado por ginecologistas e obstetras, recomendou à FDA (a agência de alimentos e fármacos dos Estados Unidos), a venda livre da pílula, também chamada de RU-486 ou 'Plano B". A FDA, que costuma seguir as recomendações dos cientistas, deverá tomar uma decisão sobre o assunto nas próximas semanas.
A pílula do dia seguinte age do mesmo modo que uma pílula comum, impedindo a ovulação ou fecundação e, caso a fecundação tenha acontecido, a implantação do óvulo fecundado. Ela age até 72 horas depois do ato sexual.
O laboratório americano Barr, que fabrica a pílula, afirma que a venda liberada do medicamento, acompanhada de uma campanha de informação sobre seu uso correto, "poderá eliminar mais de 50% dos casos de gravidez não-desejada" nos Estados Unidos.
Prós e contras
"Esta venda livre evitará centenas de milhares de casos de gravidez não-desejada e de aborto por ano", comentou a Planned Parenthood, organização de planejamento familiar favorável ao aborto. "É uma vitória para todas as mulheres", disse sua presidente, Gloria Feldt.
Os grupos antiaborto criticaram a recomendação de venda liberada, afirmando que a pílula não é segura para a saúde e estimula condutas sexuais irresponsáveis. "Facilitar o acesso à pílula do dia seguinte terá as mesmas consequências terríveis nos Estados Unidos que nos países europeus, acarretará um aumento exponencial da promiscuidade, das doenças sexualmente transmissíveis, e colocará em risco a saúde das mulheres", disse Tony Perkins, presidente da organização Family Research Council.
Segundo Wendy Wright, dirigente da Concerned Women for America --outra organização contrária ao aborto-- a venda liberada poderá expor "as mulheres adultas e adolescentes a complicações como formação de coágulos de sangue e crises cardíacas".
No mês passado, grupos religiosos conservadores americanos conseguiram o apoio de 50 congressistas, que apresentaram um projeto de lei para tentar proibir a RU-486. Eles responsabilizam a pílula pela morte de uma jovem no último mês de setembro.
O Partido Republicano é oficialmente contrário a qualquer tipo de aborto, e o presidente George W. Bush (republicano) conta com o apoio dos grupos conservadores religiosos para se reeleger em novembro de 2004.
"Pílula do dia seguinte" poderá ser vendida sem receita nos EUA
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A "pílula do dia seguinte" poderá ser vendida sem receita médica nos Estados Unidos, depois de uma recomendação neste sentido apresentada por um comitê científico, o que provocou a ira de grupos religiosos conservadores.
O comitê de especialistas, integrado por ginecologistas e obstetras, recomendou à FDA (a agência de alimentos e fármacos dos Estados Unidos), a venda livre da pílula, também chamada de RU-486 ou 'Plano B". A FDA, que costuma seguir as recomendações dos cientistas, deverá tomar uma decisão sobre o assunto nas próximas semanas.
A pílula do dia seguinte age do mesmo modo que uma pílula comum, impedindo a ovulação ou fecundação e, caso a fecundação tenha acontecido, a implantação do óvulo fecundado. Ela age até 72 horas depois do ato sexual.
O laboratório americano Barr, que fabrica a pílula, afirma que a venda liberada do medicamento, acompanhada de uma campanha de informação sobre seu uso correto, "poderá eliminar mais de 50% dos casos de gravidez não-desejada" nos Estados Unidos.
Prós e contras
"Esta venda livre evitará centenas de milhares de casos de gravidez não-desejada e de aborto por ano", comentou a Planned Parenthood, organização de planejamento familiar favorável ao aborto. "É uma vitória para todas as mulheres", disse sua presidente, Gloria Feldt.
Os grupos antiaborto criticaram a recomendação de venda liberada, afirmando que a pílula não é segura para a saúde e estimula condutas sexuais irresponsáveis. "Facilitar o acesso à pílula do dia seguinte terá as mesmas consequências terríveis nos Estados Unidos que nos países europeus, acarretará um aumento exponencial da promiscuidade, das doenças sexualmente transmissíveis, e colocará em risco a saúde das mulheres", disse Tony Perkins, presidente da organização Family Research Council.
Segundo Wendy Wright, dirigente da Concerned Women for America --outra organização contrária ao aborto-- a venda liberada poderá expor "as mulheres adultas e adolescentes a complicações como formação de coágulos de sangue e crises cardíacas".
No mês passado, grupos religiosos conservadores americanos conseguiram o apoio de 50 congressistas, que apresentaram um projeto de lei para tentar proibir a RU-486. Eles responsabilizam a pílula pela morte de uma jovem no último mês de setembro.
O Partido Republicano é oficialmente contrário a qualquer tipo de aborto, e o presidente George W. Bush (republicano) conta com o apoio dos grupos conservadores religiosos para se reeleger em novembro de 2004.
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