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Polícia do Irã nega morte de quatro manifestantes em confronto
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da Folha Online
A polícia iraniana negou a morte de quatro manifestantes a tiros durante os violentos confrontos deste domingo entre opositores ao presidente Mahmoud Ahmadinejad e as forças de segurança, informam as agências iranianas Fars e Isna. As quatro mortes foram anunciadas pelos sites da oposição e não podem ser verificadas, já que a imprensa internacional é proibida de cobrir manifestações.
"Até o momento, não recebemos nenhuma informação sobre pessoas mortas pela polícia", afirmou à agência uma fonte policial não identificada. "Mas alguns policiais foram feridos nos confrontos de hoje [domingo]".
O chefe de polícia Azizollah Rajabzadeh, citado pela agência Isna, também negou o relato de mortes nos confrontos.
AP | ||
Foto tirada por uma pessoa no local mostra manifestante jogando pedras na polícia antidistúrbios no Irã |
Desde a morte do aiatolá dissidente Hossein Ali Montazeri, o Irã é cenário de manifestações diárias da oposição, que critica o governo do "ditador" Ahmadinejad. Os sites de oposição noticiam quase diariamente confrontos, mas esta é a primeira vez que se fala em vítimas.
Segundo o site Nasimfarda, quatro pessoas morreram quando a polícia abriu fogo contra os oposicionistas no centro da capital, que foi cenário dos protestos que seguiram a reeleição de Ahmadinejad, em 12 de junho passado.
Segundo diversos sites pró-reformistas, centenas de soldados da polícia antidistúrbios, acompanhados por milicianos da Basij, a força ligada à Guarda Revolucionária, se desdobraram nas principais praças e ruas do sul da capital.
Os sites reportaram, além disso, que oficiais da polícia e de outras forças dispararam gás lacrimogêneo contra um grupo de pessoas que se concentrou nos arredores de uma das principais avenidas de Teerã.
"Foram registrados enfrentamentos esporádicos em diferentes pontos do centro da cidade. Um grande número de manifestantes se concentrou e o número cresce", segundo o site Jaras, acrescentando que os manifestantes colocaram fogo em uma motocicleta dos policiais.
Uma testemunha relatou à agência de notícias Reuters que há forte presença das forças de segurança, que impedem que os grupos de manifestantes se unam.
Teerã e outras cidades como Isfahan amanheceram neste domingo tomadas pelas forças de segurança, que tentam prevenir distúrbios na Ashura, a festividade mais importante do calendário religioso xiita.
Distúrbios
Os confrontos dos últimos dias marcam a resistência dos opositores à reeleição de Ahmadinejad. O ultraconservador presidente foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.
A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 presos.
A maioria deles já foram libertados, mas mais de 80 foram condenados à até 15 anos de prisão por participação nos protestos e na violência após o pleito, segundo o Judiciário. Cinco pessoas foram condenadas à morte.
A oposição chegou a denunciar abusos nos presídios contra os opositores, mas a acusação foi rejeitada por Teerã
O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.
Com agências internacionais
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