Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/12/2009 - 13h30

Mídia iraniana noticia onda de manifestações em favor do governo

Publicidade

PARISA HAFEZI
REZA DERAKHSHI
da Reuters, em Teerã

Dezenas de milhares de partidários do governo foram às ruas em várias partes do Irã nesta terça-feira pedir que líderes oposicionistas sejam castigados por terem fomentado distúrbios após a eleição presidencial contestada de junho passado, informou a mídia estatal. A suposta escalada das manifestações pró-governo não pôde ser confirmada por fontes independentes devido às restrições impostas à imprensa estrangeira.

Lideranças de linha dura intensificaram no domingo (27) a repressão ao movimento reformista, prendendo líderes oposicionistas moderados para tentar pôr fim aos protestos de rua, depois de choques mortais terem eclodido no fim de semana durante o ritual religioso xiita de Ashura.

Pelo menos 18 figuras da oposição foram presas desde o domingo, incluindo três assessores do líder oposicionista Mir Hussein Mousavi, seu cunhado e uma irmã da ganhadora iraniana do Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi, informaram sites da oposição. Ebadi confirmou a prisão de sua irmã.

A turbulência política no Irã ingressou em uma fase nova, com confrontos sangrentos e prisões, em decorrência da eleição vencida pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, com as forças de segurança pedindo às autoridades que tratem os líderes oposicionistas com "firmeza".

Nesta terça-feira, a poderosa Guarda Revolucionária divulgou comunicado acusando a mídia estrangeira e os inimigos da revolução de se darem as mãos para prejudicar o establishment iraniano.

Dezenas de milhares de pessoas gritaram "Estamos dispostos a sacrificar nossas vidas pelo líder supremo [o aiatolá Ali Khamenei]", relatou a televisão estatal, segundo a qual as manifestações em todo o país foram espontâneas. "Os manifestantes exigem a punição dos responsáveis pelos protestos do domingo, que insultaram a religião", disse a TV estatal, aludindo aos protestos que aconteceram durante o ritual religioso da Ashura.

As autoridades iranianas disseram que oito pessoas morreram em choques no domingo, quando partidários de Mousavi usaram a festa religiosa da Ashura para promover novos protestos contra o governo. A polícia disse que as "mortes suspeitas" estão sendo investigadas e anunciou que dezenas de integrantes das forças de segurança foram feridos nos choques.

As autoridades atribuem as mortes a supostos "grupos terroristas" que teriam apoio estrangeiro. Um dos mortos foi um sobrinho de Mousavi, Ali Habibi Mousavi Khamene. O governo iraniano já acusou repetidas vezes potências estrangeiras de alimentarem a agitação.

"O que aconteceu no dia da Ashura foi um cenário previamente planejado, mas que fracassou, para prejudicar a imagem do Estado islâmico e enfraquecer o sistema", afirmou o chefe da milícia voluntária Basij, Mohammadreza Naqdi, segundo a agência de notícias semi-oficial Fars. O presidente do Parlamento, Ali Larijani, exortou o Judiciário a prender os responsáveis pela manifestação do domingo.

Quando a eleição presidencial de 12 de junho conduziu o presidente de linha dura Ahmadinejad de volta ao poder por ampla margem de votos, milhares de iranianos saíram às ruas nas maiores manifestações contra o governo nos 30 anos de história da República Islâmica.

Os protestos de rua não diminuíram desde a eleição, que, segundo as autoridades, foi a mais correta desde a revolução islâmica de 1979, que derrubou o xá. As autoridades rejeitam terminantemente as acusações de fraude eleitoral ampla feitas por líderes da oposição.

O site oposicionista Jaras disse que mais de 900 manifestantes foram presos no domingo em Teerã e Isfahan, cidade da região central do Irã. A polícia informou a prisão de 300 pessoas em Teerã.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página