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Governo colombiano diz que Farc pretendem justificar crime "absurdo"
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da Efe, em Bogotá
O governo colombiano disse hoje que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) querem justificar "com palavras absurdas" o assassinato do governador de Caquetá, Luis Francisco Cuéllar, do qual o grupo guerrilheiro assumiu responsabilidade.
"Pretendem justificar com palavras absurdas um crime absurdo e injustificável", disse à página eletrônica do diário "El Tiempo" o alto comissário para a Paz, Frank Pearl.
Sobre o pronunciamento das Farc de ratificar a libertação do sargento Pablo Emilio Moncayo e do soldado Josué Daniel Calvo Sánchez, sequestrados pelo grupo, Pearl disse que isso deve ser demonstrado pela guerrilha.
"Precisamos que as Farc demonstrem com fatos e não com palavras que querem realmente libertar os sequestrados", assinalou o funcionário, que reiterou que "o Governo deu todas as garantias" para as libertações.
A viúva do político assassinado, Imelda de Cuéllar, se mostrou indignada ao conhecer hoje o comunicado das Farc com o qual os rebeldes pretendem explicar o assassinato do governador, sequestrado pelos rebeldes e posteriormente degolado.
"Tudo o que dizem é mentira", disse Imelda, acrescentando que, com o sequestro e posterior assassinato de seu esposo "buscaram a pessoa mais desprotegida e a levaram".
Por seu lado, também em declarações à página eletrônica do "El Tiempo", o diretor do semanário "VOZ" (de esquerda) e integrante da ONG Colombianos e Colombianas pela Paz, indicou que "o comunicado (das Farc) não muda nada do que já se disse".
Acrescentou que "o assassinato do senhor governador é um fato repudiável, independentemente das situações que querem dar como pretexto".
A guerrilha das Farc aceitou hoje a responsabilidade pela morte de Luis Francisco Cuéllar, a quem sequestrou no último dia 22 de dezembro para que passasse por um "julgamento político" por suposta corrupção.
Assim o expressou o "Bloco Sul" do grupo rebelde em comunicado datado no dia 24 de dezembro e publicado nesta terça-feira na página eletrônica "Anncol", que normalmente publica informações divulgadas pela guerrilha.
Segundo as Farc, Cuéllar, que morreu degolado e tinha marcas de bala em seu corpo, foi sequestrado para ser submetido a "um julgamento político" por supostos delitos cometidos em sua administração.
"O objetivo da retenção não era matá-lo, nem fazer exigências econômicas, mas realizar um julgamento político por corrupção", detalha o texto.
Para as Farc, a morte de Cuellár "é consequência direta da ordem dada por Álvaro Uribe (presidente do país) às forças militares do resgate a sangue e fogo".
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