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22/08/2000
-
11h27
da France Presse
em Severomorsk (Rússia)
Os habitantes de Severomorsk e alguns oficiais russos denunciam que o comandante da frota do norte, Mikhail Motsak, pensou apenas em seu prestígio e suas finanças, ao recusar por vários dias a ajuda estrangeira.
"Os noruegueses poderiam ter entrado no submarino não nesta segunda-feira (ontem), mas já na terça-feira passada (15), quando ainda havia sobreviventes", disse Serguei (que não revelou seu nome completo), capitão-de-fragata, entrevistado em Severomorsk.
"Não chego a compreender por que nem em Severomorsk nem em Moscou ninguém teve a idéia de elaborar vários planos sucessivos de salvamento", questionou ele.
Serguei afirmou que a alta oficialidade se inquietava muito pouco com o destino da tripulação. "Nossos almirantes e marechais não queriam dar uma impressão negativa sobre seu trabalho."
Para outro oficial da frota do norte Viktor (que também não revelou seu nome completo) é muito fácil explicar por que os comandantes não recorreram imediatamente à ajuda estrangeira.
"Desde os primeiros dias, nossos chefes sabiam que a ajuda estrangeira teria que ser paga. Mas como a frota pode se endividar se está devendo a seus militares e aos fornecedores de combustível e eletricidade cerca de 1,5 bilhão de rublos (US$ 54 milhões)?"
Ao ser interrogado, o chefe do serviço de imprensa da frota do norte, Vladimir Navrotski, admitiu que a Rússia ainda não havia pago nada aos colaboradores noruegueses.
Em Severomorsk, sede do Estado-Maior da frota do norte, toda a população (75 mil habitantes) está de uma maneira ou outra vinculada à frota e é óbvio que a operação de salvamento da tripulação do Kursk foi tema de todas as conversas.
Vladimir Kuznetsov, de 60 anos, ex-contra-almirante e submarinista disse que "a frota não tem mergulhadores que possam trabalhar a grandes profundidades, mas era possível ter convidado mergulhadores especializados do exterior desde o início da tragédia".
"A Frota não utiliza todo o potencial de seus especialistas", disse Kuznetsov. "Fiz propostas ao Estado-Maior sobre o salvamento, mas bateram a porta na minha cara, como se fez com dezenas de pessoas cuja experiência poderia ter sido preciosa."
Leia mais sobre o acidente com o submarino russo
Análise: Kremlin tenta salvar um novo naufrágio, o da imagem política de Putin
Leia comentário de Clóvis Rossi
na Pensata
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Comandante russo é acusado de pensar apenas em seu prestígio
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em Severomorsk (Rússia)
Os habitantes de Severomorsk e alguns oficiais russos denunciam que o comandante da frota do norte, Mikhail Motsak, pensou apenas em seu prestígio e suas finanças, ao recusar por vários dias a ajuda estrangeira.
"Os noruegueses poderiam ter entrado no submarino não nesta segunda-feira (ontem), mas já na terça-feira passada (15), quando ainda havia sobreviventes", disse Serguei (que não revelou seu nome completo), capitão-de-fragata, entrevistado em Severomorsk.
"Não chego a compreender por que nem em Severomorsk nem em Moscou ninguém teve a idéia de elaborar vários planos sucessivos de salvamento", questionou ele.
Serguei afirmou que a alta oficialidade se inquietava muito pouco com o destino da tripulação. "Nossos almirantes e marechais não queriam dar uma impressão negativa sobre seu trabalho."
Para outro oficial da frota do norte Viktor (que também não revelou seu nome completo) é muito fácil explicar por que os comandantes não recorreram imediatamente à ajuda estrangeira.
"Desde os primeiros dias, nossos chefes sabiam que a ajuda estrangeira teria que ser paga. Mas como a frota pode se endividar se está devendo a seus militares e aos fornecedores de combustível e eletricidade cerca de 1,5 bilhão de rublos (US$ 54 milhões)?"
Ao ser interrogado, o chefe do serviço de imprensa da frota do norte, Vladimir Navrotski, admitiu que a Rússia ainda não havia pago nada aos colaboradores noruegueses.
Em Severomorsk, sede do Estado-Maior da frota do norte, toda a população (75 mil habitantes) está de uma maneira ou outra vinculada à frota e é óbvio que a operação de salvamento da tripulação do Kursk foi tema de todas as conversas.
Vladimir Kuznetsov, de 60 anos, ex-contra-almirante e submarinista disse que "a frota não tem mergulhadores que possam trabalhar a grandes profundidades, mas era possível ter convidado mergulhadores especializados do exterior desde o início da tragédia".
"A Frota não utiliza todo o potencial de seus especialistas", disse Kuznetsov. "Fiz propostas ao Estado-Maior sobre o salvamento, mas bateram a porta na minha cara, como se fez com dezenas de pessoas cuja experiência poderia ter sido preciosa."
Leia mais sobre o acidente com o submarino russo
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