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06/01/2004 - 16h47

Polícia investiga remessa de cartas-bomba na Europa

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da France Presse, em Roma (Itália)

A polícia investiga na Itália os diversos pequenos grupos de tendência anarquista, formados por cerca de 300 pessoas, suspeitos de serem responsáveis pelas cartas e pacotes com explosivos enviados do correio de Bolonha a inúmeros parlamentares europeus.

Um grupo de trabalho, dirigido por especialistas em Roma e do qual fazem parte peritos europeus, foi criado ontem para tentar estudar este fato, ainda difícil de decifrar, e colaborar nas atuais investigações.

Sua criação foi anunciada no mesmo dia em que se descobriram novos envelopes com explosivos no correio de vários parlamentares europeus.

Na Itália, os peritos puseram em evidência "a difusão deste fenômeno em várias cidades: Gênova, Milão, Cagliari, Pisa, e mais recentemente Bolonha", informa o Ministério do Interior.

"Microatentados"

Os membros destes pequenos grupos seriam de 250 a 300 em toda a Itália, sendo atribuídos a eles 80 "microatentados" nos últimos cinco anos, segundo fontes policiais citadas pela imprensa.

O procurador de Bolonha, Enrico Di Nicola, estima por sua vez que nesta cidade existam de 20 a 25 pessoas envolvidas.

"Tudo gira mais ou menos em torno de 20 pessoas sem qualquer estrutura", escreveu o jornal "Corriere Della Sera".

"Penso que estas pessoas estão isoladas e que depois do alarme que conseguiram criar devem estar assustadas". Segundo o procurador, trata-se de indivíduos ou de pequenos grupos que conhecem bem a rede anarquista local.

Onda de atentados

Di Nicola tinha dado à agência de correios local a ordem de não enviar todos os pacotes com destino às instituições européias depois de uma primeira onda de atentados que começou no dia 27 de dezembro com a carta-bomba recebida pelo presidente da comissão européia, Romano Prodi, em sua residência de Bolonha.

O procurador preferiu falar de "cartas inflamáveis" e não "pacotes-bomba". Estas não causaram vítimas até agora.

Em novembro passado, entretanto, um pacote com um explosivo queimou o rosto e as mãos de um suboficial de carabineiros em Roma.

O ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, lançou então uma advertência assinalando que pequenos grupos terroristas, que se proclamam anarquistas, podiam ter redobrado suas atividades.

"Não podemos descartar que com a atual crise das Brigadas Vermelhas-Partido Comunista Combatente (BR-PCC) os anarco-rebeldes querem se apoderar da hegemonia do terrorismo italiano", disse Pisanu após a detenção de vários supostos membros das BR-PCC.

Ação

Segundo ele, o movimento anarco-rebelde "é muito mais difuso no território italiano do que as Brigadas Vermelhas e conta com laços internacionais na Espanha, Grécia, Suíça, França e Alemanha", e leva a cabo "campanhas específicas"'.

Se as remessas de pacotes não foram reivindicadas de maneira direta, a Federação Anarquia Informal (FAI), que ao mesmo tempo anunciou uma campanha contra a Europa, assumiu uma primeira ação contra Romano Prodi.

A polícia italiana considera que a sigla FAI abrange quatro pequenos grupos: "Solidariedade Internacional", "Brigada 20 de julho", "Cooperativa Artesanal Fogo e Associados" e os "Cinco C". A polícia afirma ainda que acha que a eles se somou um outro pequeno grupo chamado "Oposição à Europa" (Europposizione) que compartilha a mesma hostilidade à União Européia, vista como submissa aos Estados Unidos.
 

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