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12/01/2004
-
17h20
da Folha Online
A participação de notícias internacionais cresceu nos Estados Unidos em 2003, mas a atenção ficou voltada para a Guerra do Iraque, afirma a ONG (organização não-governamental) Médicos sem Fronteiras (MSF). Segundo a entidade, apenas 0,2% do noticiário foi dedicado às dez crises humanitárias destacadas pela organização.
Uma crescente crise de refugiados na fronteira entre o Sudão e o Chade, assim como os conflitos em Colômbia, Tchetchênia, Burundi e República Democrática do Congo estão entre as dez crises humanitárias mais negligenciadas de 2003, segundo a lista anual divulgada pela organização internacional.
O sexto relatório anual do MSF destaca ainda a falta de interesse da imprensa nos altos índices de mortalidade por malária --na Coréia do Norte e na Somália--, em uma nova guerra na Costa do Marfim e nas ameaças impostas por acordos comerciais ao acesso a medicamentos essenciais por parte de populações vulneráveis.
"Poucos norte-americanos têm consciência de que neste exato momento centenas de milhares de pessoas estão fugindo da violência intensa na região de Darfur, no Sudão, ou que dezenas de milhares de pessoas estão sendo obrigadas a retornar para áreas em guerra na Tchetchênia", disse Nicolas de Torrente, Coordenador Geral do MSF nos Estados Unidos.
"Mesmo assim, pessoas com quem conversamos pelo país nos dizem que querem conhecer melhor essas crises, para que eles possam também denunciar e agir", acrescentou.
Tempo
Segundo Andrew Tyndall, editor do noticiário online "The Tyndall Report", a cobertura internacional nos três maiores canais de TV dos Estados Unidos cresceu em 2003, mas ficou concentrada na Guerra do Iraque. As dez crises humanitárias destacadas pelo MSF representaram apenas 30,2 minutos, ou 0,2%, dos 14.635 minutos dedicados ao noticiário internacional dos jornais da noite, e das dez crises, sete receberam juntas apenas 3,2 minutos.
A crescente violência contra civis em 2003 também atingiu os trabalhadores de ajuda humanitária, afirma o MSF. Arjan Erkel, membro da organização, por exemplo, continua desaparecido após ter sido sequestrado há mais de 500 dias na república russa do Daguestão em 12 de agosto de 2002.
A insegurança contribui para impedir que jornalistas façam uma cobertura completa de algumas das mais perigosas regiões do mundo, diz o MSF.
Enfoque
Segundo o MSF, enquanto determinados assuntos internacionais receberam ampla cobertura da imprensa, as questões humanitárias foram, na sua maioria, negligenciadas.
As propostas do governo dos Estados Unidos em negociações comerciais mundiais, por exemplo, foram amplamente discutidas sem a análise adequada do impacto devastador que poderiam ter no acesso das pessoas mais vulneráveis a medicamentos essenciais.
"A Coréia do Norte também esteve na imprensa o ano todo", disse De Torrente. "Mas o pesadelo vivido pelas pessoas que moram lá, assim como a perseguição sofrida pelos refugiados do país, passaram quase desapercebidos. E pela nossa experiência, o silêncio e a indiferença são o que permitem que injustiças como essas continuem", afirmou.
ONG divulga lista de crises negligenciadas pela imprensa em 2003
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A participação de notícias internacionais cresceu nos Estados Unidos em 2003, mas a atenção ficou voltada para a Guerra do Iraque, afirma a ONG (organização não-governamental) Médicos sem Fronteiras (MSF). Segundo a entidade, apenas 0,2% do noticiário foi dedicado às dez crises humanitárias destacadas pela organização.
Uma crescente crise de refugiados na fronteira entre o Sudão e o Chade, assim como os conflitos em Colômbia, Tchetchênia, Burundi e República Democrática do Congo estão entre as dez crises humanitárias mais negligenciadas de 2003, segundo a lista anual divulgada pela organização internacional.
O sexto relatório anual do MSF destaca ainda a falta de interesse da imprensa nos altos índices de mortalidade por malária --na Coréia do Norte e na Somália--, em uma nova guerra na Costa do Marfim e nas ameaças impostas por acordos comerciais ao acesso a medicamentos essenciais por parte de populações vulneráveis.
"Poucos norte-americanos têm consciência de que neste exato momento centenas de milhares de pessoas estão fugindo da violência intensa na região de Darfur, no Sudão, ou que dezenas de milhares de pessoas estão sendo obrigadas a retornar para áreas em guerra na Tchetchênia", disse Nicolas de Torrente, Coordenador Geral do MSF nos Estados Unidos.
"Mesmo assim, pessoas com quem conversamos pelo país nos dizem que querem conhecer melhor essas crises, para que eles possam também denunciar e agir", acrescentou.
Tempo
Segundo Andrew Tyndall, editor do noticiário online "The Tyndall Report", a cobertura internacional nos três maiores canais de TV dos Estados Unidos cresceu em 2003, mas ficou concentrada na Guerra do Iraque. As dez crises humanitárias destacadas pelo MSF representaram apenas 30,2 minutos, ou 0,2%, dos 14.635 minutos dedicados ao noticiário internacional dos jornais da noite, e das dez crises, sete receberam juntas apenas 3,2 minutos.
A crescente violência contra civis em 2003 também atingiu os trabalhadores de ajuda humanitária, afirma o MSF. Arjan Erkel, membro da organização, por exemplo, continua desaparecido após ter sido sequestrado há mais de 500 dias na república russa do Daguestão em 12 de agosto de 2002.
A insegurança contribui para impedir que jornalistas façam uma cobertura completa de algumas das mais perigosas regiões do mundo, diz o MSF.
Enfoque
Segundo o MSF, enquanto determinados assuntos internacionais receberam ampla cobertura da imprensa, as questões humanitárias foram, na sua maioria, negligenciadas.
As propostas do governo dos Estados Unidos em negociações comerciais mundiais, por exemplo, foram amplamente discutidas sem a análise adequada do impacto devastador que poderiam ter no acesso das pessoas mais vulneráveis a medicamentos essenciais.
"A Coréia do Norte também esteve na imprensa o ano todo", disse De Torrente. "Mas o pesadelo vivido pelas pessoas que moram lá, assim como a perseguição sofrida pelos refugiados do país, passaram quase desapercebidos. E pela nossa experiência, o silêncio e a indiferença são o que permitem que injustiças como essas continuem", afirmou.
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