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16/01/2004 - 05h34

Fast food tira pão do hambúrguer nos EUA

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CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Hambúrguer e pão. A tradicional receita do sanduíche símbolo da cultura americana corre o risco de ter como ingredientes apenas carne e salada. A rede Burger King começou nesta semana a oferecer nos seus restaurantes uma modalidade de hambúrguer que é servida num prato com alface e tomate. O pão foi eliminado.

Outros restaurantes menores do gênero fast food, como o Hardee's e Carl's Jr., também passaram a oferecer opções de hambúrgueres sem pão desde o mês passado. A popular rede TGI Friday's, por exemplo, colocou no menu um cheeseburger que é feito somente com queijo e carne.

O motivo das mudanças é a pressão dos consumidores americanos que aderiram à dieta Atkins. Elaborado pelo cardiologista americano Robert Atkins, a novidade alimentar prega que, para emagrecer, é preciso cortar ao máximo a ingestão de carboidratos e se concentrar nas proteínas.

O sucesso dessa dieta tem causado um grande impacto na indústria alimentícia americana. Nas prateleiras dos supermercados, há uma enxurrada de produtos com etiquetas "low carb" (baixo nível de carboidratos). Os produtos rotulados vão de sucos a refeições congeladas. A moda da dieta Atkins também tem feito grandes cadeias de fast food introduzirem modificações nos seus cardápios. A rede de sanduíches Subway exibe nos seus restaurantes cartazes com os dizeres "Atkins friendly" (algo como pró-Atkins) para atrair os adeptos.

O gigante do fast food McDonald's também aderiu à nova tendência alimentar. A rede anunciou que não tem a intenção de incluir os hambúrgueres sem pão no cardápio, mas está inclinada a participar da campanha contra a obesidade nos EUA --a rede chegou a ser processada por consumidores sob acusação de levar à obesidade, mas ganhou a causa.

Desde a semana passada, restaurantes da rede na região de Nova York oferecem aos clientes uma tabela com o número de calorias dos seus alimentos. Segundo a empresa, o objetivo é educar os consumidores e fazer com que mesmo as pessoas que seguem alguma dieta consigam encaixar os alimentos da rede a ela.

As iniciativas das redes de fast food, freqüentemente apontadas como as vilãs da obesidade nos EUA, atraem alguma simpatia dos ativistas antiobesidade. "Informar sobre o valor calórico dos ingredientes ou cortar excessos do menu é uma parte do controle da obesidade, mas muito pequena. É preciso mudar os hábitos alimentares da população", diz Susan Moores, especialista da Associação Dietética Americana.

Da mesma associação, a nutricionista Lola O'Rourke diz que os benefícios a longo prazo dos regimes que reduzem drasticamente a ingestão de carboidratos ainda não são conhecidos. "A curto prazo, há perda de peso, mas isso não acontece de um modo saudável. Além disso, por quanto tempo as pessoas são capazes de manter uma dieta tão tediosa?"

Hoje, estima-se que mais de 60% dos americanos adultos estejam acima do peso ideal.
 

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