Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/01/2004 - 18h37

Atentado em Bagdá acontece em momento delicado para Washington

Publicidade

da France Presse

O atentado suicida cometido neste domingo diante do quartel-general americano em Bagdá acontece em um momento particularmente delicado para os Estados Unidos, às vésperas de uma importante reunião na ONU e a dois dias do discurso do presidente George W. Bush sobre o Estado da União no Congresso.

O atentado põe mais uma vez em evidência a extrema precariedade da situação em matéria de segurança no país, dez meses após a derrubada do regime de Saddam Hussein, e a dez meses das eleições presidenciais de novembro.

"Isto mostra que as forças opostas à coalizão são mais fortes e mais bem organizadas do que se supunha", comenta Charles Butterworth, especialista em Oriente Médio da Universidade de Maryland.

O administrador americano para o Iraque, Paul Bremer, que está atualmente nos Estados Unidos, condenou o que chamou de um ato 'trágico e indesculpável'.

Bremer deve comparecer segunda-feira à sede da ONU em Nova York para tentar convencer a organização a retornar ao Iraque. As Nações Unidas retiraram seu pessoal após o atentado em agosto último contra a sede da organização em Bagdá, que matou seu representante, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.

Washington deseja também um apoio das Nações Unidas para ajudá-lo a resolver uma crise com a comunidade xiita -maioria no Iraque- sobre as modalidades da transição política, que ameaça os planos dos Estados Unidos para uma volta da soberania iraquiana no final de junho.

O grande aiatolá Ali Sistani, personalidade influente nesta comunidade, exige que a constituição nos próximos meses de uma assembléia transitória seja feita por eleições diretas, enquanto que os Estados Unidos estimam que isto é impraticável num prazo tão pequeno.

Este atentado espetacular, visando diretamente o centro do poder americano em Bagdá, constitui também, no plano interno, um golpe sério ao governo do presidente George W. Bush que enfrenta, ele mesmo, uma opinião americana dividida, em relação à sua política iraquiana.

Segundo uma pesquisa NYT/CBS divulgada domingo, 48% dos americanos se dizem favoráveis à linha presidencial no Iraque, contra 46% que a desaprovam.

Com a aproximação do discurso tradicional de terça-feira sobre o estado da União este atentado vem atrapalhar o efeito positivo provocado pela detenção de Saddam Hussein em dezembro passado.

O lado democrata não deixou de relançar domingo as acusações contra a política iraquiana do governo Bush, criticado pelas falhas da reconstrução e por sua incapacidade de obter um apoio internacional à altura.

O senador da Carolina do Norte (sudeste) John Edwards, um dos candidatos à indicação democrata contra Bush, estimou na rede CBS que "a política (de Bush) no Iraque naufragou".
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página