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23/08/2000 - 09h48

Frota marítima chinesa também é obsoleta

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da France Presse
em Pequim (China)

A envelhecida frota chinesa de submarinos, que inclui embarcações compradas da Rússia, tem problemas de manutenção e sua Marinha enfrentaria dificuldades para montar uma operação de resgate, se um deles ficasse em dificuldades como aconteceu com o Kursk, afirmaram hoje especialistas militares, que pediram anonimato.

Os especialistas disseram que quase metade da frota chinesa, de cerca de 50 submarinos - entre eles, seis nucleares - é obsoleta e alguns deles não saem ao mar há vários anos.

Os analistas afirmaram que a China jamais reconheceriam a perda de um submarino em um acidente como o que destruiu o Kursk.

Eles disseram também que a China não tem os conhecimentos tecnológicos e os equipamentos para socorrer marinheiros no fundo do mar. "No que diz respeito a qualquer tipo de socorro, acredito que os chineses estão muito mais atrasados que os russos."

Um especialista militar que vive em Pequim disse que a China jamais admitiu uma única morte em um acidente de submarino e que jamais aceitaria solicitar ajuda internacional.

"Se ocorresse um acidente não saberíamos de nada, qualquer que fosse a causa, já que isso seria considerado uma demonstração de fraqueza da capacidade militar da China", declarou o especialista.

A maior parte da frota de submarinos chinesa é formada por cerca de 40 submarinos convencionais, da classe Romeu, dos anos 50, comprados da ex-União Soviética junto com cinco submarinos nucleares de ataque da classe Han, fabricados na China.

A China também recebe ajuda russa para desenhar o sucessor do Xia, seu submarino nuclear de mísseis balísticos, que assim como o Kursk seria o orgulho da frota e poderia lançar mísseis.

"O Xia não sai ao mar há vários anos e não dispara mísseis balísticos pelo menos desde o início dos anos 90", disse um especialista asiático.

A maioria dos submarinos soviéticos da classe Romeu também está fora de serviço, e os dois submarinos da classe Kilo, comprados da Rússia por volta de 1995, apresentaram graves problemas, afirmou.

A imprensa estatal chinesa, severamente controlada, forneceu farta informação sobre o desastre do Kursk, mas não se pronunciou sobre a operação de resgate nem sobre os equipamentos militares russos.

A China comprou equipamentos militares da Rússia entre 1991 e 1997, por cerca de US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 10,9 bilhões), fazendo da Rússia seu principal fornecedor de armas, segundo fontes russas.

Mas o especialista ocidental não acredita que o desastre do Kursk afete esta relação. "O acidente não terá consequências nas vendas de armas russas à China, já que os chineses não têm nenhum outro fornecedor."


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