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25/01/2010 - 14h40

Ali Químico foi símbolo da brutalidade do regime de Saddam Hussein; saiba mais

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da Efe, em Bagdá (Iraque)

O governo iraquiano anunciou nesta segunda-feira a execução de Ali Hassan al Majeed, mais conhecido como Ali Químico, uma das figuras mais simbólicas da brutalidade do regime do ditador iraquiano Saddam Hussein.

Primo de Saddam, Majeed foi um dos homens de confiança do regime. Sua quarta e última sentença de morte, emitida em 17 de janeiro, foi condenação por ter ordenado, em 1988, um ataque com gás venenoso contra a localidade curda de Al Halabja, no qual 5.000 morreram.

Anteriormente, foi condenado por ordenar o assassinato de dezenas de xiitas em fevereiro de 1999, além do genocídio dos curdos em Anfal, em 1988, e pela repressão da rebelião xiita no sul do Iraque, em 1991.

Nascido em 1941, em Tikrit (Iraque), a mesma cidade de nascimento de Saddam, Ali Químico tinha grande semelhança física com o ditador e cresceu a sombra do político. Ocupou o Ministério de Defesa e participou ainda do Conselho da Ordem Revolucionária, a instância suprema de poder no antigo regime.

Ali Químico estava a frente do Exército quando, em 1988, não teve dúvidas em usar gás venenoso para reprimir uma revolta autonomista do Curdistão iraquiano, que acabou com a morte de 180 mil curdos.

A feroz repressão, que matou 5.000 pessoas em um único dia na cidade de Al Halabja, lhe rendeu o apelido que foi ostentado com orgulho.

Em 1990, o Iraque ocupou Kuwait e Saddam premiou Ali nomeando-lhe governador da região ocupada. Seu governo a frente do que foi conhecida como uma Província iraquiana foi, contudo, efêmero. Em fevereiro de 1991, uma coalizão internacional libertou o Kuwait da dominação iraquiana e Mayeed passou então ao cargo de ministro do Interior.

No cargo, teve um papel fundamental na sangrenta repressão que seguiu a rebelião protagonizada pelos muçulmanos xiitas em 1991, o que só fez aumentar sua fama de comandante impiedoso.

A mesma atitude foi demonstrada em 1996, quando não titubeou em matar dois sobrinhos, casados com duas filhas de Saddam e que haviam desertado no ano anterior.

Em 1997, em mais uma escalada, tornou-se chefe dos temidos serviços secretos iraquianos e do partido governista Baaz, no qual simbolizou como ninguém a repressão do regime, acabando com qualquer sinal de revolta.

Nos meses anteriores a invasão americana, que em 2003 derrubou Saddam do poder, Ali Químico dirigiu as operações do Exército no sul do país e fez uma viagem por várias capitais árabes em busca de apoio.

Grupos defensores dos direitos humanos pediram então que fosse detido por crimes de guerra, mas seu paradeiro tornou-se desconhecido com a queda de Saddam.

A imprensa chegou a afirmar que ele havia sido morto em um bombardeio da coalizão internacional na cidade de Basora. Na época, ele era o número 5 da lista dos 55 iraquianos mais procurados pelos Estados Unidos.

O governo iraquiano não deu detalhes sobre onde e quando exatamente foi a execução de Ali Químico. Por isso, não se sabe se há relação entre a execução da pena e uma série de atentados a bomba que mataram ao menos 26 em Bagdá.

 

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