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China suspende parceria com os EUA após venda de armas a Taiwan
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da Folha Online
A China suspendeu os intercâmbios militares com os Estados Unidos hoje, em resposta aos planos do governo do presidente Barack Obama de vender mais de US$ 6 bilhões ( R$ 11,2 bilhões) em armas a Taiwan, informa a agência de notícias chinesa Xinhua.
O vice-chanceler, He Yafai, comunicou a decisão em um telefonema para o embaixador dos EUA em Pequim, Jon Huntsman, ainda nas primeiras horas deste sábado, disse o porta-voz Wang Baodong à agência de notícias France Presse.
"A nova iniciativa americana de vender armas para Taiwan, que faz parte da China, significa uma chocante intervenção em assuntos internos chineses; põe em risco a segurança nacional da China; e prejudica seus esforços de reunificação pacífica", afirma a China em seu protesto, ainda segundo o porta-voz.
"Este plano definitivamente prejudicará os laços entre a China e os EUA. Além de ter impacto muito negativo nos intercâmbios e na cooperação entre os países, acarretará consequências que nenhuma das partes vai gostar de enfrentar", completou o vice-chanceler.
O acordo de ontem prevê a venda de mísseis Patriot, navios detectores de minas submarinas e helicópteros Black Hawk, além de equipamento de comunicação para F-16 de Taiwan --mas não novos aviões de caça, como queria Taiwan, segundo o Pentágono. A última vez que Pequim e Washington interromperam suas relações militares foi em outubro de 2008, quando os Estados Unidos, sob governo de George W. Bush (2001-2009), entregou armas à ilha.
Os Estados Unidos reconheceram a China comunista em 1979 e, com esta ação, deixou de reconhecer Taiwan. Mas uma lei votada pelo Congresso americano no mesmo ano autorizou que Washington vendesse armas de defesa para Taiwan.
Os comunistas chineses, que expulsaram o governo nacionalista de Kuomintang para Taiwan em 1949, consideram a ilha rebelde como parte integrante da China e ameaçaram intervir militarmente se esta declarasse sua independência.
Nuclear
O pacote de venda de armas é um teste para a política do governo de Obama em relação à China, que os funcionários americanos dizem buscar um reforço na confiança entre os dois países, de modo a que as divergências inevitáveis por causa de Taiwan ou do Tibete não revertam os esforços para cooperar em impasses nucleares no Irã e na Coreia do Norte, e nas tentativas de lidar com as questões econômicas e as alterações climáticas.
Em visita à Europa, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, advertiu nesta sexta-feira que a China corre o risco de enfrentar isolamento diplomático e interrupção de seu abastecimento de energia se não ajudar a impedir o Irã de desenvolver armas nucleares.
Falando em Paris, ela disse que os EUA e outros países apoiam a aplicação de outras sanções das Nações Unidas ao Irã por seu programa nuclear e estão pressionando a China a apoiá-las.
Hillary disse entender a relutância chinesa a novas sanções ao Irã, seu terceiro maior fornecedor de petróleo, mas ressaltou que um Irã com armas nucleares iria desestabilizar o golfo Pérsico e colocar em perigo os carregamentos de petróleo que a China recebe de países árabes da região.
A pressão pela questão iraniana no mesmo dia do anúncio da venda de armas ilustra a complexidade da relação entre as duas potências. Barack Obama, que tomou posse em janeiro, só se reuniu com líderes chineses em novembro, uma tentativa de assegurar a cooperação temas globais. Desde então, as tensões se acirraram, com críticas americanas aos controles estatais sobre a internet chinesa, e a China se preocupando com uma possível reunião no próximo mês entre Obama e o dalai-lama, líder espiritual budista que China acusa de defender a independência do Tibete.
Com Reuters, France Presse e Associated Press
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