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13/02/2004 - 11h29

Foto do ano é imagem de prisioneiro de guerra iraquiano e filho

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da Folha Online

O fotógrafo francês Jean-Marc Bouju, 42, ganhou hoje o prêmio de Foto do Ano 2003 World Press, um dos mais importantes concursos de fotografia do mundo, com a imagem de um prisioneiro de guerra iraquiano encapuzado abraçando seu filho de quatro anos atrás de uma cerca de arame farpado.

A imagem, feita no dia 31 de março de 2003 para a agência de notícias Associated Press durante a Guerra do Iraque, foi selecionada entre 63.093 fotografias enviadas por 4.176 profissionais de 124 países. A 47ª edição do concurso recebeu um número recorde de inscrições, segundo os organizadores.

31.mar.03 - Jean-Marc Bouju/AP
Imagem que ganhou prêmio de Foto do Ano 2003 World Press
Na imagem vencedora, o arame farpado encobre parcialmente a imagem de um garoto descalço sendo abraçado por seu pai, ambos sentados no chão de um campo de prisioneiros de guerra perto de Najaf, no Iraque.

O homem, vestido de branco, foi obrigado a colocar um capuz de plástico preto por soldados dos EUA que o detiveram, disseram os organizadores do prêmio.

Humanidade

Segundo Bouju, a foto foi feita durante uma raro momento de humanidade em um campo de guerra, quando um pai que tinha sido detido por soldados americanos pôde abraçar seu filho de quatro anos que havia sido levado quando o homem foi preso.

De acordo com ele, o garoto estava chorando e, por isso, um soldado americano soltou as algemas do prisioneiro.

O fotógrafo disse que não conseguiu pegar o nome do prisioneiro e que não sabe onde ele e o garoto estão agora.

Bouju afirmou que, por causa de problemas técnicos, só conseguiu transmitir uma imagem a seus editores naquele dia. Foi a foto que ganhou o famoso prêmio internacional.

"Vai demorar um pouco para perceber que é verdade. Eu queria ganhar esse prêmio. É muito importante", declarou Bouju, em entrevista à Associated Press por telefone em sua casa, na Califórnia.

Bouju passou nove semanas no Iraque entre março e maio do ano passado. Ele foi um "embedded" (profissional da imprensa "embutido" em batalhões americanos) da 101ª Divisão Aerotransportada do Exército dos EUA.

Apelo

Ruth Eichhorn, que participou do julgamento do concurso, disse que o prêmio foi entregue a Bouju por causa do apelo gráfico e simbólico da fotografia do pai e do filho.

"Ela mostra o sofrimento do povo em uma guerra muito complicada. Não importa quem é o homem. Não importa quem o encapuzou. A imagem, com o arame farpado, é simbólica", disse Eichhorn.

"É muito gráfica. Não acredito que esses capuzes de plástico foram usados antes. Por isso a imagem parece muito assustadora, mas também mostra o amor. O amor do homem por seu filho", declarou Eichhorn.

Bouju vai receber o prêmio e US$ 12.700 em uma cerimônia na Holanda no dia 25 de abril.

Fotógrafo da Associated Press desde 1993, ele ganhou prêmios Pulitzer por seu trabalho na África em 1995 e 1999.

Com agências internacionais

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