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18/02/2004 - 05h11

Gaúcho que assessorou Kerry vê protecionismo

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O cientista político gaúcho Eduardo Aydos, 57, que assessorou diretamente, entre maio de 1985 e julho de 1986, o pré-candidato democrata à Presidência dos EUA John Kerry, diz ter elementos suficientes para assegurar: se Kerry for confirmado candidato e derrotar o presidente George W. Bush, o mundo voltará a ter um bloco ocidental afinado e a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) se tornará uma meta um pouco mais distante.

O motivo para um Ocidente mais unido: de acordo com Aydos, Kerry é "um liberal clássico do ponto de vista político" e buscará uma reaproximação dos EUA com a ONU.

Em relação à Alca, para Aydos, Kerry não é um liberal típico em termos econômicos, o que significa que ele tratará de resguardar mais a economia americana, com uma política protecionista.

Aydos foi para os EUA em uma espécie de intercâmbio do Partido Democrata com partidos afins --ele, na época, era filiado ao PDT. Ele discutiu internamente, no gabinete de Kerry, ameaças de morte que o senador sofrera por combater algumas políticas do governo de Ronald Reagan.

A chegada de Aydos ao gabinete de Kerry foi curiosa: o ex-governador Leonel Brizola recomendou que ele trabalhasse no gabinete de Edward Kennedy. Aydos, porém, pensou: "Com Kennedy, "um medalhão", vou me resumir a um contínuo". Foi então que o brasilianista Barry Ames o aconselhou a assessorar Kerry.

O gaúcho chegou a elaborar um projeto apresentado por Kerry no Senado, mas que não foi aprovado, segundo ele, em razão de os democratas serem minoria.

Assim como os outros assessores, tinha a liberdade de chamar o senador de "Big Jay". Mesmo não havendo uma correspondência entre os dois atualmente, Aydos conquistou a confiança de Kerry ao fazer, com seu trabalho sobre o tratamento que os EUA deveriam dar à dívida externa da América Latina (que sustentou o projeto do senador), que, pela primeira vez, ele fosse citado em editorial do "Washington Post".

Aydos previa "uma solução sistêmica e equitativa do problema do endividamento externo dos países em desenvolvimento".
 

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