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20/02/2010 - 13h53

Premiê holandês apresenta renúncia à rainha e oficializa dissolução do governo

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da Folha Online

O premiê holandês, Jan Peter Balkenende, apresentou na tarde deste sábado a renúncia de sua coalizão de governo à rainha Beatriz, anunciou seu porta-voz Henk Brons, citado pela agência de notícias France Presse. A renúncia foi motivada pela falta de acordo dos Democratas Cristãos, partido do premiê, com o aliado de coalizão Partido Trabalhista sobre a retirada das tropas holandesas do Afeganistão.

Balkenende conversou por telefone com a rainha, que está de férias na Áustria, e apresentou a renúncia do gabinete, explicou o porta-voz.

O premiê anunciou na madrugada deste sábado o fim de sua coalizão de governo por divergências internas sobre a prorrogação da missão holandesa no Afeganistão, solicitada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O Partido Trabalhista, do ministro de Finanças, Wounter Bos, parte da coalizão, se opôs à prorrogação da permanência das tropas holandesas no Afeganistão. Os trabalhistas não aceitavam prolongar a missão nem ao menos para trabalhar no treinamento das forças afegãs, como propôs a aliança atlântica, que busca apoio de todos seus países-membros para reverter o crescimento dos militantes no país asiático.

Já os Democratas Cristãos e a União Cristã queriam cumprir com as "responsabilidades" solicitadas pela Aliança e prolongar a missão no Afeganistão.

Balkenende, 53, disse, contudo, que seu partido continua no gabinete com a pequena União Cristã. A coalizão, agora de minoria, continua como um governo provisório --sem poder para decisões de grande porte-- até que uma nova coalizão seja formada, o que pode levar meses de barganha política após as eleições parlamentares, adiantadas para o primeiro semestre deste ano.

O premiê deve se reunir com a rainha nos próximos dias para abordar a situação.

Eleição

Segundo a legislação holandesa, uma vez que Balkenende dissolveu oficialmente o gabinete, apresentando comunicação à rainha Beatriz, tem 83 dias para convocar eleições antecipadas.

Segundo diferentes pesquisas de opinião, 66% dos holandeses apoiam a retirada das tropas do Afeganistão no período previsto, de agosto a dezembro deste ano. Ao todo, 21 holandeses morreram no confronto.

A saída dos trabalhistas, partido em decadência nas pesquisas eleitorais, deixa vagas em aberto para os outros dois partidos.

As novas eleições parlamentares devem ser seguidas de meses de conversas entre os partidos para conseguir uma nova coalizão governante.

Um novo acordo entre os partidos deve ser difícil de conseguir, já que as pesquisas de opinião apontam que serão necessários ao menos quatro partidos unidos para formar a maioria do Parlamento de 150 cadeiras.

O legislador da direita Geert Wilders, do Partido da Liberdade, que pediu o fim da missão afegã, pode sair como o grande vencedor das próximas eleições.

As pesquisas de opinião mostram ainda que o Partido da Liberdade, que baseia sua campanha nas críticas ao governo e em políticas contrárias à imigração, pode se tornar o maior ou segundo maior partido no Parlamento.

O colapso da coalizão, o quarto do gabinete liderado por Balkenende em oito anos, lança dúvidas ainda sobre a previsão de cortes orçamentários para o próximo ano, enquanto a economia holandesa luta para sair da crise econômica global.

"Eu infelizmente noto que não há mais um caminho frutífero para os Democratas Cristãos, Partido Trabalhista e União Cristã seguirem em frente", disse Balkenende, que lidera a coalizão.

Com Efe e France Presse

 

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