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27/02/2004
-
15h12
INGRID BAZINET
da France Presse, em Londres
A oposição britânica exigiu hoje que o premiê Tony Blair explique as denúncias da ex-ministra Clare Short, que ontem afirmou que agentes dos serviços secretos espionaram o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, antes do começo da Guerra no Iraque, em março de 2003.
Short, ex-ministra de Desenvolvimento Internacional que renunciou para protestar contra a guerra, suscitou um rebuliço ao afirmar que tinha ouvido transcrições de conversações nas quais participava Annan.
"Considerando a gravidade destas afirmações --e não sei se são verdadeiras ou não-- o premiê deveria se explicar sobre o assunto na Câmara dos Comuns [Parlamento]", declarou hoje Charles Kennedy, chefe do partido liberal-democrata, à rádio BBC.
"O premiê não deve usar os serviços secretos como um meio para proteger seus interesses políticos pessoais", acrescentou.
Blair
Blair pretende fazer declarações à tarde em Inverness (Escócia) mas não parece disposto a tecer mais comentários sobre estas denúncias que assestam um duro golpe à sua imagem e à credibilidade do governo.
Ontem Blair afirmou que as denúncias de Short eram "completamente irresponsáveis", embora não dissesse se eram corretas.
Entretanto, vários importantes diplomatas apoiaram a tese das escutas telefônicas na ONU
Um ex-chefe dos inspetores de desarmamento da ONU no Iraque, o australiano Richard Butler, declarou hoje à rádio ABC que pelo menos quatro países --Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia-- haviam espionado suas conversações.
Esta emissora, que cita fontes dos serviços secretos australianos, afirma que o mesmo ocorreu com Hans Blix, chefe da missão de desarmamento no Iraque antes da guerra.
Suspeitas
O ex-secretário-geral da ONU Butros Butros-Ghali disse hoje à BBC que tinha a "sensação" de estar sob "escuta" desde o dia em que assumiu seu cargo e considerou que constitui "uma violação da Carta das Nações Unidas".
Edward Mortimer, diretor de comunicação do atual secretário-geral da ONU, afirmou à BBC que Annan queria que estas práticas cessassem.
As denúncias de Short são bastante inoportunas, pois as justificativas da Guerra no Iraque continuam pesando sobre Blair, acusado de ter exagerado a ameaça iraquiana para começar o conflito bélico.
Várias personalidades políticas apoiaram hoje o chefe de governo, entre elas o ex-ministro das Relações Exteriores Robin Cook, muito crítico à política de Blair no Iraque.
"Me espantaria muito que fosse verdade (...) termos interceptado conversações de Kofi Annan", escreveu hoje em sua coluna semanal para o jornal britânico "Independent".
Especial
Leia mais sobre o Iraque ocupado
Oposição exige que Blair explique denúncias de escutas na ONU
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da France Presse, em Londres
A oposição britânica exigiu hoje que o premiê Tony Blair explique as denúncias da ex-ministra Clare Short, que ontem afirmou que agentes dos serviços secretos espionaram o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, antes do começo da Guerra no Iraque, em março de 2003.
Short, ex-ministra de Desenvolvimento Internacional que renunciou para protestar contra a guerra, suscitou um rebuliço ao afirmar que tinha ouvido transcrições de conversações nas quais participava Annan.
"Considerando a gravidade destas afirmações --e não sei se são verdadeiras ou não-- o premiê deveria se explicar sobre o assunto na Câmara dos Comuns [Parlamento]", declarou hoje Charles Kennedy, chefe do partido liberal-democrata, à rádio BBC.
"O premiê não deve usar os serviços secretos como um meio para proteger seus interesses políticos pessoais", acrescentou.
Blair
Blair pretende fazer declarações à tarde em Inverness (Escócia) mas não parece disposto a tecer mais comentários sobre estas denúncias que assestam um duro golpe à sua imagem e à credibilidade do governo.
Ontem Blair afirmou que as denúncias de Short eram "completamente irresponsáveis", embora não dissesse se eram corretas.
Entretanto, vários importantes diplomatas apoiaram a tese das escutas telefônicas na ONU
Um ex-chefe dos inspetores de desarmamento da ONU no Iraque, o australiano Richard Butler, declarou hoje à rádio ABC que pelo menos quatro países --Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia-- haviam espionado suas conversações.
Esta emissora, que cita fontes dos serviços secretos australianos, afirma que o mesmo ocorreu com Hans Blix, chefe da missão de desarmamento no Iraque antes da guerra.
Suspeitas
O ex-secretário-geral da ONU Butros Butros-Ghali disse hoje à BBC que tinha a "sensação" de estar sob "escuta" desde o dia em que assumiu seu cargo e considerou que constitui "uma violação da Carta das Nações Unidas".
Edward Mortimer, diretor de comunicação do atual secretário-geral da ONU, afirmou à BBC que Annan queria que estas práticas cessassem.
As denúncias de Short são bastante inoportunas, pois as justificativas da Guerra no Iraque continuam pesando sobre Blair, acusado de ter exagerado a ameaça iraquiana para começar o conflito bélico.
Várias personalidades políticas apoiaram hoje o chefe de governo, entre elas o ex-ministro das Relações Exteriores Robin Cook, muito crítico à política de Blair no Iraque.
"Me espantaria muito que fosse verdade (...) termos interceptado conversações de Kofi Annan", escreveu hoje em sua coluna semanal para o jornal britânico "Independent".
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