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01/03/2004
-
16h58
da Folha Online
O secretário de Estado americano,Colin Powell, negou hoje as alegações de que o ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide tenha sido seqüestrado e tirado do poder à força por militares americanos. Colin Powell qualificou as informações a respeito de "absurdas".
Powell disse em uma entrevista à imprensa dos Estados Unidos e da União Européia que tais acusações são "absolutamente sem fundamento".
"[Aristide] não foi seqüestrado, não o forçamos a abordar o avião", acrescentou.
Um dos amigos americanos de Aristide, Randall Robinson, disse à rede de TV americana CNN: "o presidente me disse que havia sido seqüestrado de sua residência [em Porto Príncipe] por cerca de 20 soldados americanos em uniforme de combate e armados".
A parlamentar Maxine Waters também contou que chegou a falar diretamente com Aristide e que ele afirmou que havia sido seqüestrado e que o golpe foi completado pelos americanos.
"Teorias conspiratórias"
A Casa Branca também negou a afirmação.
"É totalmente sem sentido", disse o porta-voz da Presidência americana Scott McClellan em relação às afirmativas de Robinson.
"Teorias conspiratórias como essa não ajudam o povo haitiano a conseguir o futuro a que espiram, isto é, um melhor porvir, mais livre e mais próspero. Tomamos medidas para proteger Aristide e sua família quando abandonaram o Haiti. Foi sua decisão renunciar e explicou porque", disse McClellan.
Depois de voar para a República Centro-Africana, Aristide foi declarado hóspede da Presidência centro-africana em Bangui.
Força de paz
Ontem o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou por unanimidade uma resolução que autoriza o envio imediato de uma força multinacional ao Haiti para restaurar a ordem após a renúncia e partida de Aristide.
A força será integrada por militares e policiais, com o tempo máximo de permanência no país de três meses. As tropas, após este período, serão substituídas pelos capacetes azuis --soldados da ONU encarregados de manutenção da paz.
Deste modo, o Conselho de Segurança responde positivamente à solicitação do presidente interino do Haiti, Boniface Alexandre, que havia pedido por escrito ajuda para estabilizar a situação do país após a renúncia de Aristide.
A resolução foi proposta pelo Grupo de Amigos do Secretariado-Geral para o Haiti, integrado por França, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Chile e os 15 países membros da Caricom --a comunidade dos países caribenhos.
As primeiras contribuições efetivas para essa força multinacional interina viriam dos Estados Unidos e França, que já enviaram tropas ao país caribenho.
O Brasil e o Canadá poderiam se somar a esses esforços, de acordo com fontes diplomáticas que pediram anonimato.
Renúncia
Aristide --o primeiro presidente eleito democraticamente no Haiti em 200 anos-- relutou em deixar o poder e disse que completaria o seu segundo mandato, que acabaria em 2006.
Os sinais da crise política e social haitiana ficaram mais fortes no sábado (28), com moradores saqueando depósitos, forças governistas atacando moradores e rebeldes aumentando o cerco à capital.
A crise no Haiti começou com a rebelião que eclodiu na cidade de Goinaves, no dia 5, e se espalhou pelo norte do país. Desde o início de fevereiro, os distúrbios no Haiti causaram mais de 80 mortes.
Com uma população de 7,5 milhões de pessoas, o Haiti é o país mais pobre das Américas. A expectativa de vida no país é de apenas 51 anos, enquanto a taxa de desemprego está em cerca de 70%.
No dia 21, Aristide aceitou o plano apresentado pela comunidade internacional, que previa uma ampla limitação de seus poderes até o fim de seu mandato, em fevereiro de 2006, e a realização de eleições.
O plano também previa a criação de um grupo de três pessoas indicadas por Aristide, pela oposição e pela comunidade internacional, encarregadas de designar um conselho representativo da diversidade da sociedade haitiana. Esse organismo participaria na nomeação de um novo primeiro-ministro --neutro e independente-- e de um novo governo.
A oposição rejeitou o plano e seguiu pedindo a saída imediata de Aristide.
As forças da polícia --cerca de 5.000 homens atualmente-- seriam reorganizadas e treinadas sob controle da ONU ou da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Os rebeldes contam com apoio de ex-soldados do Exército e de parte da população.
Com agências internacionais
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Líder rebelde chega a Porto Príncipe com seus combatentes
Washington nega ter forçado renúncia de Aristide
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O secretário de Estado americano,Colin Powell, negou hoje as alegações de que o ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide tenha sido seqüestrado e tirado do poder à força por militares americanos. Colin Powell qualificou as informações a respeito de "absurdas".
Powell disse em uma entrevista à imprensa dos Estados Unidos e da União Européia que tais acusações são "absolutamente sem fundamento".
"[Aristide] não foi seqüestrado, não o forçamos a abordar o avião", acrescentou.
Um dos amigos americanos de Aristide, Randall Robinson, disse à rede de TV americana CNN: "o presidente me disse que havia sido seqüestrado de sua residência [em Porto Príncipe] por cerca de 20 soldados americanos em uniforme de combate e armados".
A parlamentar Maxine Waters também contou que chegou a falar diretamente com Aristide e que ele afirmou que havia sido seqüestrado e que o golpe foi completado pelos americanos.
"Teorias conspiratórias"
A Casa Branca também negou a afirmação.
"É totalmente sem sentido", disse o porta-voz da Presidência americana Scott McClellan em relação às afirmativas de Robinson.
"Teorias conspiratórias como essa não ajudam o povo haitiano a conseguir o futuro a que espiram, isto é, um melhor porvir, mais livre e mais próspero. Tomamos medidas para proteger Aristide e sua família quando abandonaram o Haiti. Foi sua decisão renunciar e explicou porque", disse McClellan.
Depois de voar para a República Centro-Africana, Aristide foi declarado hóspede da Presidência centro-africana em Bangui.
Força de paz
Ontem o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou por unanimidade uma resolução que autoriza o envio imediato de uma força multinacional ao Haiti para restaurar a ordem após a renúncia e partida de Aristide.
A força será integrada por militares e policiais, com o tempo máximo de permanência no país de três meses. As tropas, após este período, serão substituídas pelos capacetes azuis --soldados da ONU encarregados de manutenção da paz.
Deste modo, o Conselho de Segurança responde positivamente à solicitação do presidente interino do Haiti, Boniface Alexandre, que havia pedido por escrito ajuda para estabilizar a situação do país após a renúncia de Aristide.
A resolução foi proposta pelo Grupo de Amigos do Secretariado-Geral para o Haiti, integrado por França, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Chile e os 15 países membros da Caricom --a comunidade dos países caribenhos.
As primeiras contribuições efetivas para essa força multinacional interina viriam dos Estados Unidos e França, que já enviaram tropas ao país caribenho.
O Brasil e o Canadá poderiam se somar a esses esforços, de acordo com fontes diplomáticas que pediram anonimato.
Renúncia
Aristide --o primeiro presidente eleito democraticamente no Haiti em 200 anos-- relutou em deixar o poder e disse que completaria o seu segundo mandato, que acabaria em 2006.
Os sinais da crise política e social haitiana ficaram mais fortes no sábado (28), com moradores saqueando depósitos, forças governistas atacando moradores e rebeldes aumentando o cerco à capital.
A crise no Haiti começou com a rebelião que eclodiu na cidade de Goinaves, no dia 5, e se espalhou pelo norte do país. Desde o início de fevereiro, os distúrbios no Haiti causaram mais de 80 mortes.
Com uma população de 7,5 milhões de pessoas, o Haiti é o país mais pobre das Américas. A expectativa de vida no país é de apenas 51 anos, enquanto a taxa de desemprego está em cerca de 70%.
No dia 21, Aristide aceitou o plano apresentado pela comunidade internacional, que previa uma ampla limitação de seus poderes até o fim de seu mandato, em fevereiro de 2006, e a realização de eleições.
O plano também previa a criação de um grupo de três pessoas indicadas por Aristide, pela oposição e pela comunidade internacional, encarregadas de designar um conselho representativo da diversidade da sociedade haitiana. Esse organismo participaria na nomeação de um novo primeiro-ministro --neutro e independente-- e de um novo governo.
A oposição rejeitou o plano e seguiu pedindo a saída imediata de Aristide.
As forças da polícia --cerca de 5.000 homens atualmente-- seriam reorganizadas e treinadas sob controle da ONU ou da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Os rebeldes contam com apoio de ex-soldados do Exército e de parte da população.
Com agências internacionais
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