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Ex-militar uruguaio será julgado na Itália por crimes durante ditadura
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da Ansa, em Montevidéu (Uruguai)
O ex-militar uruguaio Jorge Tróccoli será julgado no mês que vem na Itália por violações contra os direitos humanos cometidas durante a ditadura que governou o país sul-americano entre 1973 e 1985.
De acordo com a imprensa local, o embaixador de Montevidéu em Roma, Alberto Breccia, assinalou que os esforços realizados para que o repressor passasse pelo julgamento "deram seus frutos".
Para a realização do processo, a Justiça uruguaia remeteu a documentação sobre o réu a seus pares italianos. Entre os textos, está incluído o arquivo que serviu como base para o processo contra o ex-ditador Gregorio Álvarez e o ex-militar Juan Carlos Larcebeau.
Larcebeau sucedeu Tróccoli na chefia de Inteligência da Marinha Nacional em 1978, época na qual eram realizados os traslados clandestinos de prisioneiros políticos uruguaios a partir da Argentina. A parceria entre as nações estava incluída no Plano Condor, estratégia conjunta das ditaduras dos países do Cone Sul entre os anos 1970 e 1980.
Em 17 de outubro de 2008, o ministro italiano de Justiça, Angelino Alfano, negou o pedido de extradição encaminhado pelo Uruguai. A decisão argumentava que Tróccoli é cidadão do país europeu "jure sanguinis" (por descendência), já que seu avô era italiano.
Por isso, a extradição -- regulamentada por um tratado assinado entre ambos países -- não foi concretizada. Segundo o acordo, no caso de a transferência ser impedida por alguma razão, o acusado deve ainda assim ser julgado pelos crimes cometidos no país do qual procede.
Em março do ano passado, a Justiça da Itália confirmou à Embaixada uruguaia que todos os antecedentes do caso de Tróccoli passariam a integrar a "megacausa" que tramita no país europeu há cerca de dez anos contra 140 militares latino-americanos acusados de violações aos direitos humanos.
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