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EUA reiteram neutralidade em conflito entre Reino Unido e Argentina
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da Folha Online
Os Estados Unidos reiteraram hoje sua neutralidade no conflito entre Argentina e Reino Unido pela soberania das ilhas Malvinas (os britânicos as chamam Falklands), reavivado por causa da intenção britânica de buscar petróleo nas águas do arquipélago.
"Na medida em que há um conflito entre Reino Unido e Argentina pelo status das ilhas --como quiser chamá-las--, achamos que a questão deve ser conduzida pelo diálogo", afirmou Philip Crowley, porta-voz do Departamento de Estado americano.
"Nós continuamos neutros. Isso significa que apoiamos a retomada de negociações entre a Argentina e o Reino Unido para encontrar uma solução pacífica. Achamos que isto pode, e deve, acontecer por meio dos canais diplomáticos, e apoiamos o diálogo", afirmou.
Ontem, o chanceler argentino, Jorge Taiana, se reuniu com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, para expressar insatisfação de Buenos Aires com a exploração de hidrocarbonetos nas águas das Malvinas por uma companhia britânica. Taiana lembrou que existem diversas resoluções da ONU que pedem uma saída negociada para a disputa e são contrárias à adoção de "decisões unilaterais".
"Espero que o Reino Unido aceite o que a comunidade internacional lhe pede", afirmou Taiana.
Em resposta à reunião de Taiana com Ban, o embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, reafirmou o direito das autoridades do arquipélago de explorar os recursos da região.
A disputa pelas Malvinas levou Argentina e Reino Unido a uma guerra em 1982. O durou foi relativamente curto --durou 74 dias--, porém violento, com 649 soldados argentinos mortos, assim como 255 britânicos. Nos últimos dias, a disputa se acirrou novamente por causa do início de uma nova campanha de prospecções de três empresas britânicas na região.
Venezuela
Depois de declarar apoio à Argentina na disputa, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que, caso seja confirmada a informação de que o Reino Unido enviou um submarino às ilhas, o equipamento deveria ser chamado "submarino do ridículo". "Será que estão ficando loucos?", perguntou Chávez durante uma entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros no palácio de Miraflores, sede do governo.
Para o presidente venezuelano, recorrer a uma arma tão poderosa "é uma ameaça" para a Argentina, porque envolveria o potencial "uso da força militar por parte do velho e carcomido império inglês". Chávez disse que essa possível iniciativa britânica se contrapõe à decisão da Argentina de não utilizar a força militar para encarar o problema das Malvinas.
Ontem (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a ONU por não intervir e defender as pretensões argentinas de soberania sobre as Malvinas. "Será que é o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e eles podem tudo e os outros não podem nada?", indagou.
"Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual é a explicação política das Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: "Não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país que está a 14 mil km de distância das Malvinas?'", questionou Lula.
Chávez, ao tratar do assunto, hoje, repetiu o questionamento. "Que bom o que o Lula disse ao encerrar a cúpula de Cancún. Disse que não há nenhuma razão geográfica, ética nem política que justifique o Reino Unido continuar mantendo um domínio colonial sobre as ilhas Malvinas, nem sobre o mar que as circunda", manifestou Chávez.
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