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03/03/2004
-
18h50
da Folha Online
O Conselho de Governo transitório iraquiano assinará nesta sexta-feira (5) a lei fundamental do Iraque, após uma pausa devido a atentados antixiitas que mataram 271 pessoas ontem, anunciou hoje o presidente em exercício desta instância, Mohammad Bahr al Uloum.
"A assinatura da lei fundamental será às 16h de sexta-feira (10h em Brasília)", declarou Al Uloum durante uma entrevista à imprensa em Bagdá.
A cerimônia estava inicialmente prevista para hoje mas foi adiada devido aos três dias de luto declarados após os atentados de ontem em Karbala e Bagdá.
Mais cedo, Al Uloum afirmou que subiu para 271 o número de mortes nosc ataques contra xiitas ontem em Bagdá e Karbala.
"Nesta tarde, o número de mártires nas duas cidades é de 271", declarou Uloum, em entrevista coletiva em Bagdá.
Mas o ministro da Saúde do Iraque, Khudier Abbass, afirmou que 71 pessoas morreram em Bagdá e 98, em Karbala.
Segundo Abbass, seria difícil chegar a um balanço definitivo porque muitos dos mortos ficaram desmembrados e seus restos foram colocados em sacos plásticos.
Atentados
Uma série coordenada de ataques suicidas e atentados com morteiros ocorreu na manhã de ontem em Bagdá e Karbala, marcando o dia em que os xiitas celebravam o feriado religioso da Ashura como o mais sangrento desde a queda de Saddam Hussein, em abril passado.
A escolha da Ashura --que marca a morte do imã Hussein, neto de Muhammad, em uma batalha em Karbala e é um dos principais eventos do calendário xiita-- para a execução dos atentados dá corpo ao temor de que terroristas islâmicos estejam buscando fomentar uma guerra civil.
O Conselho de Governo Iraquiano declarou três dias de luto, começando hoje.
Após os atentados, lideranças xiitas, grupo que congrega cerca de 60% da população iraquiana, pediram calma.
Mas diversos membros do Conselho de Governo Iraquiano relacionaram o episódio a uma carta apreendida em janeiro na qual um militante islâmico, supostamente Abu Musab al Zarqawi, pedia a ajuda da Al Qaeda (a rede terrorista responsável pelo 11 de Setembro) para detonar um confronto entre a maioria xiita, reprimida durante a ditadura sunita de Saddam Hussein (1979-2003), e a minoria sunita. A celebração da Ashura era proibida no regime deposto.
Zarqawi, cuja cabeça foi posta a prêmio por Washington por US$ 10 milhões, é considerado pelos Estados Unidos o "suspeito número um" dos atentados de agosto de 2003 em Najaf (centro) e contra as instalações da ONU (Organização das Nações Unidas) em Bagdá.
O aiatolá Ali al Sistani, principal líder xiita do país, emitiu um comunicado oficial pedindo união e criticando os americanos por não ter havido reforço de segurança para as celebrações.
Com agências internacionais
Especial
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Constituição iraquiana será assinada na sexta-feira, diz conselho
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O Conselho de Governo transitório iraquiano assinará nesta sexta-feira (5) a lei fundamental do Iraque, após uma pausa devido a atentados antixiitas que mataram 271 pessoas ontem, anunciou hoje o presidente em exercício desta instância, Mohammad Bahr al Uloum.
"A assinatura da lei fundamental será às 16h de sexta-feira (10h em Brasília)", declarou Al Uloum durante uma entrevista à imprensa em Bagdá.
A cerimônia estava inicialmente prevista para hoje mas foi adiada devido aos três dias de luto declarados após os atentados de ontem em Karbala e Bagdá.
Mais cedo, Al Uloum afirmou que subiu para 271 o número de mortes nosc ataques contra xiitas ontem em Bagdá e Karbala.
"Nesta tarde, o número de mártires nas duas cidades é de 271", declarou Uloum, em entrevista coletiva em Bagdá.
Mas o ministro da Saúde do Iraque, Khudier Abbass, afirmou que 71 pessoas morreram em Bagdá e 98, em Karbala.
Segundo Abbass, seria difícil chegar a um balanço definitivo porque muitos dos mortos ficaram desmembrados e seus restos foram colocados em sacos plásticos.
Atentados
Uma série coordenada de ataques suicidas e atentados com morteiros ocorreu na manhã de ontem em Bagdá e Karbala, marcando o dia em que os xiitas celebravam o feriado religioso da Ashura como o mais sangrento desde a queda de Saddam Hussein, em abril passado.
A escolha da Ashura --que marca a morte do imã Hussein, neto de Muhammad, em uma batalha em Karbala e é um dos principais eventos do calendário xiita-- para a execução dos atentados dá corpo ao temor de que terroristas islâmicos estejam buscando fomentar uma guerra civil.
O Conselho de Governo Iraquiano declarou três dias de luto, começando hoje.
Após os atentados, lideranças xiitas, grupo que congrega cerca de 60% da população iraquiana, pediram calma.
Mas diversos membros do Conselho de Governo Iraquiano relacionaram o episódio a uma carta apreendida em janeiro na qual um militante islâmico, supostamente Abu Musab al Zarqawi, pedia a ajuda da Al Qaeda (a rede terrorista responsável pelo 11 de Setembro) para detonar um confronto entre a maioria xiita, reprimida durante a ditadura sunita de Saddam Hussein (1979-2003), e a minoria sunita. A celebração da Ashura era proibida no regime deposto.
Zarqawi, cuja cabeça foi posta a prêmio por Washington por US$ 10 milhões, é considerado pelos Estados Unidos o "suspeito número um" dos atentados de agosto de 2003 em Najaf (centro) e contra as instalações da ONU (Organização das Nações Unidas) em Bagdá.
O aiatolá Ali al Sistani, principal líder xiita do país, emitiu um comunicado oficial pedindo união e criticando os americanos por não ter havido reforço de segurança para as celebrações.
Com agências internacionais
Especial
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