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Presidente eleito pede a Bachelet que acabe com vandalismo pós-tremor
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da Efe, em Santiago do Chile
da Folha Online
Ainda em clima de campanha, o presidente eleito do Chile, o conservador Sebastián Piñera, pediu nesta segunda-feira que a presidente Michelle Bachelet acabe com os saques e atos de pilhagem na região afetada pelo terremoto de magnitude 8,8 do último sábado (27), que matou ao menos 723.
"Restabelecer a ordem pública é uma necessidade urgente. Para isso, é preciso utilizar todos os meios à nossa disposição", declarou Piñera, que assume a Presidência no dia 11 de março com a tarefa de coordenar a reconstrução das áreas afetadas.
"O que ocorreu hoje dia em Hualpén, Concepción e Talcahuano é simplesmente inaceitável", disse Piñera se referindo aos inúmeros atos de vandalismo cometidos na região mais castigada pelo terremoto.
"O governo tem que assumir sua responsabilidade e acabar com o vandalismo, que já custou vidas humanas", enfatizou o futuro presidente um dia após se reunir com Bachelet.
"Não podemos permitir que a delinquência, a pilhagem, o vandalismo nos siga arrebatando a tranquilidade, nem que a falta de água potável, de eletricidade, de alimentos continue castigando a quem já sofreu demais", acrescentou.
Piñera pediu ainda aos chilenos "um sentimento de união nacional" para enfrentar a catástrofe "e uma atitude de solidariedade" que envolva também a ajuda da sociedade civil e do setor privado.
Violência
Esporádicos a princípio, os saques se intensificaram e ficaram mais violentos nas últimas horas, apesar do toque de recolher e do reforço do patrulhamento pelas tropas chilenas nas regiões mais atingidas pelo terremoto.
A violência aumenta os temores da população, já angustiada com a falta de alimentos e a situação de abandono em várias localidades.
Em Concepción, 500 km ao sul da capital e epicentro da tragédia, a situação era crítica: ainda não foi implementado um canal de distribuição de alimentos e, apesar da forte presença militar nas ruas, os saques prosseguiam.
No final da tarde, um grupo de vândalos ateou fogo a uma loja de departamentos e a um supermercado em Concepción, e uma pessoa envolta pelas chamas foi resgatada pelos bombeiros no interior da loja, situada em uma zona comercial do centro da cidade.
Uma nuvem de fumaça negra cobriu a cidade devido ao incêndio, enquanto fuzileiros navais tentavam controlar a situação.
No domingo, um homem morreu baleado por um grupo que tentava assaltar sua casa na periferia de Concepción, em meio ao toque de recolher.
A polícia identificou o homem como Romeo Alexis González Martínez, 22, morador de Chiguayante, na periferia da cidade de Concepción, informa o jornal chileno "La Tercera".
A violência também foi registradas em outras cidades, como na localidade costeira de Dichato, onde moradores denunciaram saques cometidos por pessoas vindas de outras regiões.
O governo chegou a estender o toque de recolher para outras três cidades: Talca, Cauquenes e Constitución.
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