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12/03/2004 - 06h10

Sobe para 198 o número de mortos em explosões em Madri

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da Folha Online

Subiu para 198 o número de mortos em uma série de explosões "sincronizadas" contra trens lotados de passageiros na manhã de ontem em Madri, segundo informou o secretário de Estado de Justiça, Rafael Catalá. Mais de 1.400 pessoas ficaram feridas.

Cinco cidadãos latino-americanos estão entre os mortos --dois peruanos, um equatoriano, um chileno e um dominicano.

De acordo com Ministério do Interior, dos mais de 1.400 feridos nos ataques, 377 seguem hospitalizados, sendo que 45 em estado crítico e 27 em estado muito grave.

Segundo fontes médicas, 60 corpos ainda não foram identificados pelos médicos legistas e pela polícia científica no necrotério instalado no Ifema [Feria de Madrid - Parque Ferial Juan Carlos 1º].

Ataque

O ataque foi "sincronizado", em plena hora de rush, entre 7h35 e 7h55 (entre 3h35 e 3h55, no horário de Brasília). Foram dez explosões em quatro trens que se movimentavam em três estações ao longo da mesma linha. Milhares de pessoas se dirigiam ao trabalho.

O ministro do Interior espanhol, Ángel Acebes, anunciou a abertura de uma "nova linha de investigação" sobre a autoria dos atentados, após informações que ligariam a rede terrorista Al Qaeda aos ataques.

Uma carta da Al Qaeda reivindicou o atentado, segundo o jornal árabe "Al Quds Al Arabi". A rádio Cadena Ser, citando "fontes da luta antiterrorista", disse, por sua vez, que um homem-bomba estava em um dos quatro trens.

A suspeita de ação da rede ligada a Osama bin Laden cresce porque autoridades espanholas encontraram, segundo Acebes, um furgão em Madri, no qual havia sete detonadores e uma fita gravada em árabe.

O governo espanhol --um dos principais aliados dos EUA na Guerra do Iraque--, no entanto, também não descarta que o grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) esteja por trás da matança. O ETA luta por um Estado independente e já causou a morte de 850 pessoas desde 1968.

Carnificina

Pedaços de corpos, poças de sangue e corpos carbonizados ficaram espalhados pelos locais das explosões. Feridos ensangüentados eram tirados dos destroços e levados às pressas para hospitais.

"Vi várias coisas explodirem no ar, não sei, foi horrível", disse funcionário público Juani Fernandez à agência de notícias Associated Press.

A estudante brasileira Mayra Oliveira, 20, estava na plataforma de Atocha no momento das explosões, segundo seu irmão, Guilherme Oliveira. Mayra mora na Espanha desde 2002, onde estuda economia.

"Ela ligou para nós trêmula, com a voz alterada, por volta das 6h30, avisando que estava bem", disse seu irmão Guilherme, 17. "Ela contou que estava na plataforma e viu avisos para que todos saíssem".

A Espanha parou. Foram suspensas as campanhas políticas para as eleições que ocorrem dentro de três dias no país. Várias viagens de trem entre Espanha e França também foram canceladas.

Os ataques causaram forte indignação e repúdio de governos de vários países. A Espanha decretou luto de três dias.

"Estão trazendo os corpos para o Ifema. É um lugar onde fazem feiras e eventos e daqui dá para ver os carros chegarem com os corpos", disse à Folha Online a jornalista Thays Barca, 27, que trabalha na empresa IBM, no nordeste da capital espanhola.

Os trens atingidos transportavam passageiros provenientes de Alcalá de Henares e Guadalajara. As estações atingidas foram Atocha, El Pozo e Santa Eugenia.

Latino-americanos

Pelo menos cinco cidadãos latino-americanos estão entre as vítimas da série de atentados cometidos ontem em Madri.

Entre os mortos, estão dois peruanos, identificados como Juan Sánchez, 45, e Carlos Fernández Dávila, cuja morte foi confirmada pela embaixada do país em Madri.

A mesma fonte informou que outro peruano está desaparecido e que há "grande possibilidade de ser confirmada a sua morte".

Também foi confirmada a morte do equatoriano Ney Fernando Torres Mendoza, embora não se descarta a possibilidade de haver mais mortos dessa nacionalidade, devido à grande colônia equatoriana que vive em Madri, segundo lembrou o próprio ministro equatoriano de Assuntos Exteriores, Patricio Zuquilandia.

Os outros latino-americanos mortos são o chileno Héctor Figueroa Bravo, 33, e o dominicano Enrique García González, 29.

Com agências internacionais

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