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14/03/2004 - 08h32

Espanha vai às urnas para escolher novo premiê

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da Folha Online

A Espanha vota neste domingo, em eleições gerais, em meio ao luto pela morte de 200 pessoas em atentado terrorista na quinta-feira (11). É a nona eleição geral do país desde que uma monarquia parlamentar foi estabelecida pela constituição de 1978.

Na sexta-feira (12), cerca de 11 milhões de pessoas tomaram as ruas de várias cidades para se manifestar contra os sanguinários atentados. A população cobra das autoridades governamentais informações sobre a autoria dos ataques.

Os atentados forçaram a suspensão da campanha eleitoral e, segundo alguns especialistas, podem influenciar o resultado das eleições.

O primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, cumpriu seu compromisso de não disputar um terceiro mandato. Aznar, que está no poder desde 1996, diz que quer renovação no governo e em seu partido, o Partido Popular.

O premiê, no entanto, escolheu o candidato à sua sucessão, o ex-ministro do Interior Mariano Rajoy, 48, na busca por um terceiro mandato seguido para a legenda governista.

REUTERS/Heino Kallis
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Rajoy, candidato de Aznar


O candidato do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, oposição), José Luis Rodríguez Zapatero, tenta conduzir o partido de novo ao poder depois que Aznar derrotou Felipe Gonzáles (que foi premiê espanhol de 1982 a 1996), ex-líder do PSOE. Zapatero é contra o apoio de Aznar à coalizão dos EUA no Iraque, mas apoiou a luta do governo contra o grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), principal suspeito do governo de ter realizado os atentados.

Associated Press
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Zapatero, candidato socialista


Cerca de um quarto da população espanhola ainda protestava, sob forte chuva, na maior parte do país, em uma época em que normalmente a campanha estaria a todo vapor. A campanha eleitoral é normalmente suspensa um dia antes das eleições --que é conhecido como o "Dia da Reflexão". Neste ano, no entanto, a campanha foi encerrada logo após os ataques.

"Se foi um ataque do ETA [grupo terrorista basco] ou da Al Qaeda [rede terrorista islâmica, liderada por Osama bin Laden], isso não afeta o sentimento de repúdio partilhado por todos, mas cria conseqüências políticas e eleitorais diferentes", disse um editorial do jornal espanhol "El País".

Muitos analistas afirmam que qualquer evidência que comprove o envolvimento do ETA beneficiará o candidato do governo, devido à posição oficial fortemente contrária ao grupo separatista basco. Se ficar comprovada, no entanto, a responsabilidade de militantes muçulmanos, isso poderá ser visto como o preço pago por Aznar ao seu [impopular] apoio aos EUA na guerra contra o Iraque.

Opinião

Em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo", Rajoy desqualificou ontem as sugestões do Partido Socialista de que o governo estaria ocultando informações sobre os responsáveis pelos atentados. "Dou minha palavra de honra que não sei mais do que o resto do povo espanhol [sobre os atentados]."

Antes dos ataques, as pesquisas davam ao Partido Popular uma vantagem de 3 a 5 pontos percentuais sobre o Partido Socialista. Zapatero vai disputar sua primeira eleição para premiê. Nenhuma pesquisa foi feita após os atentados.

Funerais

Ontem, quando Espanha cumpria o terceiro dia de luto oficial devido aos atentados, as famílias dos mortos começaram a enterrar seus parentes. O primeiro funeral coletivo foi celebrado no estádio de Alcalá de Henares, um dos pontos de partida dos trens suburbanos destruídos pelas bombas.

Quarenta e um corpos ainda sem identificação foram transferidos para o necrotério do cemitério de Almudena, em Madri.

Também ontem, o ministro do Interior da Espanha, Ángel Acebes, anunciou a prisão de três marroquinos e dois indianos dentro da investigação dos atentados de 11/3 em Madri, segundo os sites dos jornais "El Mundo" e "El País".

De acordo com o ministro, a prisão dos suspeitos está vinculada ao cartão telefônico pré-pago encontrado na mochila-bomba desativada pela polícia poucas horas depois dos atentados na cidade. O cartão teria sido vendido por cidadãos indianos.

"Estas prisões abrem uma via importante para avançarmos [nas investigações]. Não devemos descartar nada", disse o ministro, que acrescentou que outros dois espanhóis de origem indiana prestam depoimento à polícia.

Segundo ele, as prisões foram feitas por ordem de um juiz da Audiência Nacional, maior instância da Justiça na Espanha.

Com agências internacionais

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