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15/03/2010 - 08h49

Irã condena à pena de morte mais seis manifestantes da oposição

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da Efe, em Teerã (Irã)
da Folha Online

As autoridades judiciais iranianas condenaram neste domingo, à pena de morte, mais seis pessoas detidas durante os protestos de 27 de dezembro passado em Teerã, contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad em junho do ano passado.

Segundo a agência semi-oficial de notícias Fars, o Procurador-geral Abbas Dolatabadi anunciou a sentença durante uma reunião na noite deste domingo com o aiatolá Nouri Hamedani.

"No momento, as sentenças contra essas seis pessoas estão no tribunal de apelação para uma decisão final", disse Dolatabadi.

O Irã já executou em 28 de janeiro passado duas pessoas condenadas por participar dos protestos da oposição reformista iniciados em junho passado, após a contestada reeleição do presidente ultraconservador Ahmadinejad.

Até o momento, mais de cem opositores foram julgados e o governo anunciou cinco sentenças de pena de morte e outros 80 a prisão por períodos de entre seis meses e 15 anos por envolvimento com os protestos.

Os opositores foram julgados e acusados como Mohareb (inimigo de Deus), um delito da jurisprudência islâmica que o Irã castiga com a pena de morte.

Dolatabadi afirmou que, em princípio, as autoridades deram tratamento conciliador às pessoas que protestaram contra o resultado das eleições. "No entanto, continuaram as concentrações injustificadas, nas quais iam se colocando pouco a pouco slogans contra a República Islâmica", disse.

Segundo ele, os manifestantes agora condenados insultaram os sacramentos islâmicos durante os acontecimentos de 27 de dezembro passado --dia da Ashura, em que os muçulmanos relembram o martírio de Hussein, o imame mais venerado dos xiitas e neto de profeta Maomé.

Protestos

O ultraconservador presidente foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.

A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 presos.

A maioria deles já foram libertados, mas mais de 80 foram condenados à até 15 anos de prisão por participação nos protestos e na violência após o pleito, segundo o Judiciário. Onze pessoas foram condenadas à morte.

A oposição chegou a denunciar abusos nos presídios contra os opositores, mas a acusação foi rejeitada por Teerã.

O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.

 

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