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23/03/2004
-
05h53
RAFAEL CARIELLO
da Folha de S.Paulo, em Nova York
O FDA (Food and Drug Administration), órgão responsável pela fiscalização de remédios e alimentos nos EUA, recomendou ontem atenção para o possível surgimento de tendências suicidas em quem usa antidepressivos.
A agência também determinou que os fabricantes imprimissem nas embalagens alertas sobre sintomas relacionados a essa possibilidade --agitação, ansiedade e irritabilidade, entre outros.
O órgão está investigando a hipótese, mas ressalvou que a relação entre os remédios e o suicídio não foi definitivamente comprovada. A pesquisa inicialmente estava focada no efeito desses medicamentos em crianças, mas a recomendação de ontem se estende a adultos.
Dez remédios, todos antidepressivos de última geração, devem acrescentar o aviso às suas embalagens: Prozac, Zoloft, Effexor, Remeron, Serzone, Luvox, Lexapro (todos com o mesmo nome no Brasil), Celexa (no Brasil, Cipramil), Paxil (Aropax) e Wellbutrin (Zyban).
O diretor da divisão de psiquiatria de crianças e adolescentes da Universidade Johns Hopkins, Mark Riddle, disse à Folha de S.Paulo que a possibilidade, se houver, de antidepressivos levarem ao suicídio é maior no início do tratamento.
O FDA pediu que médicos, pacientes e familiares estejam particularmente atentos nessa fase ou quando a dose administrada for modificada.
Segundo Riddle, uma pequena melhora inicial poderia ser a responsável pelo comportamento. Nas primeiras semanas de tratamento, o paciente continuaria a sentir os efeitos da depressão --que podem incluir tendências suicidas--, mas já estariam menos apáticos.
"Sabemos que a pior hora para [a possibilidade de] suicídio não é quando os pacientes estão mais deprimidos, mas quando começam a sair desse estado e têm mais energia para tomar uma atitude."
O médico disse que considera positiva a decisão. "Há preocupação. Não temos certeza ainda se há problemas de verdade. Dizer para as pessoas ficarem mais vigilantes é melhor que pedir a elas que parem de tomar o remédio."
Autoridades britânicas de saúde já haviam alertado, no ano passado, que poderia haver relação entre antidepressivos e aumento do risco de comportamento suicida entre crianças e adolescentes.
Riddle disse não saber "se o problema seria maior entre crianças". Segundo ele, "há sempre uma preocupação maior com elas".
No mês passado, pais de adolescentes e pré-adolescentes que haviam tentado ou cometido suicídio disseram ao FDA que seus filhos o fizeram após iniciarem o tratamento com antidepressivos.
Defensores do uso desses medicamentos dizem que o uso deles ajuda a prevenir suicídios.
Remédio pode levar a suicídio, dizem EUA
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da Folha de S.Paulo, em Nova York
O FDA (Food and Drug Administration), órgão responsável pela fiscalização de remédios e alimentos nos EUA, recomendou ontem atenção para o possível surgimento de tendências suicidas em quem usa antidepressivos.
A agência também determinou que os fabricantes imprimissem nas embalagens alertas sobre sintomas relacionados a essa possibilidade --agitação, ansiedade e irritabilidade, entre outros.
O órgão está investigando a hipótese, mas ressalvou que a relação entre os remédios e o suicídio não foi definitivamente comprovada. A pesquisa inicialmente estava focada no efeito desses medicamentos em crianças, mas a recomendação de ontem se estende a adultos.
Dez remédios, todos antidepressivos de última geração, devem acrescentar o aviso às suas embalagens: Prozac, Zoloft, Effexor, Remeron, Serzone, Luvox, Lexapro (todos com o mesmo nome no Brasil), Celexa (no Brasil, Cipramil), Paxil (Aropax) e Wellbutrin (Zyban).
O diretor da divisão de psiquiatria de crianças e adolescentes da Universidade Johns Hopkins, Mark Riddle, disse à Folha de S.Paulo que a possibilidade, se houver, de antidepressivos levarem ao suicídio é maior no início do tratamento.
O FDA pediu que médicos, pacientes e familiares estejam particularmente atentos nessa fase ou quando a dose administrada for modificada.
Segundo Riddle, uma pequena melhora inicial poderia ser a responsável pelo comportamento. Nas primeiras semanas de tratamento, o paciente continuaria a sentir os efeitos da depressão --que podem incluir tendências suicidas--, mas já estariam menos apáticos.
"Sabemos que a pior hora para [a possibilidade de] suicídio não é quando os pacientes estão mais deprimidos, mas quando começam a sair desse estado e têm mais energia para tomar uma atitude."
O médico disse que considera positiva a decisão. "Há preocupação. Não temos certeza ainda se há problemas de verdade. Dizer para as pessoas ficarem mais vigilantes é melhor que pedir a elas que parem de tomar o remédio."
Autoridades britânicas de saúde já haviam alertado, no ano passado, que poderia haver relação entre antidepressivos e aumento do risco de comportamento suicida entre crianças e adolescentes.
Riddle disse não saber "se o problema seria maior entre crianças". Segundo ele, "há sempre uma preocupação maior com elas".
No mês passado, pais de adolescentes e pré-adolescentes que haviam tentado ou cometido suicídio disseram ao FDA que seus filhos o fizeram após iniciarem o tratamento com antidepressivos.
Defensores do uso desses medicamentos dizem que o uso deles ajuda a prevenir suicídios.
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