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24/03/2004
-
06h32
da Folha de S.Paulo
Em meio ao anúncio de uma redução drástica da produção de coca nos países andinos, o presidente americano, George W. Bush, recebeu ontem seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para discutir a necessidade de prolongar e intensificar o combate contra traficantes e grupos terroristas no país --largamente financiado por Washington.
"Encontrei no presidente Bush um alto nível de compreensão de que não podemos abandonar essa luta no meio do caminho", disse Uribe. "Se simplesmente deixarmos a cobra viva e não continuarmos até a matarmos, a cobra vai nos morder mais forte no futuro."
O presidente colombiano é considerado o principal aliado de Washington na América do Sul. Apenas Israel e o Egito recebem mais ajuda financeira americana do que a Colômbia.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que Bush "elogiou o presidente Uribe por sua liderança firme, particularmente os esforços para conter o terrorismo e o combate ao narcotráfico", problemas cuja "importância de continuar combatendo" foi reafirmada por ambos.
Uribe quer que o Plano Colômbia, ajuda militar americana iniciada em 2000 e prevista para durar até 2005, seja estendido pelo menos até 2009. Até agora, Washington já repassou cerca de US$ 2,5 bilhões para o país andino, usados para treinamento e compra de equipamento militar e de inteligência fabricado nos EUA.
No Congresso americano, no entanto, tem havido críticas ao Plano Colômbia. O principal argumento dos opositores é que a estratégia de combater a produção de coca na Colômbia ainda não teve impacto significativo na comercialização das drogas nas ruas americanas.
Os EUA alegam que a produção anterior ao Plano Colômbia ainda abastece o mercado americano e que o impacto deve ser sentido nos próximos anos.
Embora Washington não tenha declarado se pretende estender o Plano Colômbia, o Departamento de Estado anunciou anteontem a intenção de aumentar o número de militares americanos atuando no país andino para 800 --o dobro do atual. A medida depende da aprovação do Congresso.
A guerra civil colombiana, que já dura 40 anos, opõe o governo colombiano a guerrilhas terroristas de esquerda e paramilitares terroristas de direita, ambos financiados pelo narcotráfico.
Redução de coca
Pouco antes da reunião entre Uribe e Bush, o governo americano havia anunciado uma redução de 21% no cultivo de coca na Colômbia, em 2003. No mesmo período, houve uma redução de 15% no Peru e um aumento de 17% na Bolívia. Em toda a região, o decréscimo chegou a 15% --o menor nível desde 1986, segundo a CIA, responsável pelos números.
Ainda de acordo com a CIA, é o segundo ano consecutivo em que houve queda na produção de coca colombiana --em 2002, a redução foi de 15,1%.
A estratégia linha-dura de Uribe, porém, tem rendido críticas. A ONU disse que têm crescido as acusações de detenções arbitrárias e ligações entre autoridades e paramilitares. Especialistas também afirmam que a estratégia de erradicação dos plantios --pulverizações aéreas-- não traz alternativas aos pequenos produtores.
Com agências internacionais
Uribe vai a Bush pedir mais ajuda militar
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Em meio ao anúncio de uma redução drástica da produção de coca nos países andinos, o presidente americano, George W. Bush, recebeu ontem seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para discutir a necessidade de prolongar e intensificar o combate contra traficantes e grupos terroristas no país --largamente financiado por Washington.
"Encontrei no presidente Bush um alto nível de compreensão de que não podemos abandonar essa luta no meio do caminho", disse Uribe. "Se simplesmente deixarmos a cobra viva e não continuarmos até a matarmos, a cobra vai nos morder mais forte no futuro."
O presidente colombiano é considerado o principal aliado de Washington na América do Sul. Apenas Israel e o Egito recebem mais ajuda financeira americana do que a Colômbia.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que Bush "elogiou o presidente Uribe por sua liderança firme, particularmente os esforços para conter o terrorismo e o combate ao narcotráfico", problemas cuja "importância de continuar combatendo" foi reafirmada por ambos.
Uribe quer que o Plano Colômbia, ajuda militar americana iniciada em 2000 e prevista para durar até 2005, seja estendido pelo menos até 2009. Até agora, Washington já repassou cerca de US$ 2,5 bilhões para o país andino, usados para treinamento e compra de equipamento militar e de inteligência fabricado nos EUA.
No Congresso americano, no entanto, tem havido críticas ao Plano Colômbia. O principal argumento dos opositores é que a estratégia de combater a produção de coca na Colômbia ainda não teve impacto significativo na comercialização das drogas nas ruas americanas.
Os EUA alegam que a produção anterior ao Plano Colômbia ainda abastece o mercado americano e que o impacto deve ser sentido nos próximos anos.
Embora Washington não tenha declarado se pretende estender o Plano Colômbia, o Departamento de Estado anunciou anteontem a intenção de aumentar o número de militares americanos atuando no país andino para 800 --o dobro do atual. A medida depende da aprovação do Congresso.
A guerra civil colombiana, que já dura 40 anos, opõe o governo colombiano a guerrilhas terroristas de esquerda e paramilitares terroristas de direita, ambos financiados pelo narcotráfico.
Redução de coca
Pouco antes da reunião entre Uribe e Bush, o governo americano havia anunciado uma redução de 21% no cultivo de coca na Colômbia, em 2003. No mesmo período, houve uma redução de 15% no Peru e um aumento de 17% na Bolívia. Em toda a região, o decréscimo chegou a 15% --o menor nível desde 1986, segundo a CIA, responsável pelos números.
Ainda de acordo com a CIA, é o segundo ano consecutivo em que houve queda na produção de coca colombiana --em 2002, a redução foi de 15,1%.
A estratégia linha-dura de Uribe, porém, tem rendido críticas. A ONU disse que têm crescido as acusações de detenções arbitrárias e ligações entre autoridades e paramilitares. Especialistas também afirmam que a estratégia de erradicação dos plantios --pulverizações aéreas-- não traz alternativas aos pequenos produtores.
Com agências internacionais
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