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Presidente chinês vai à cúpula nuclear nos EUA
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da Reuters, em Pequim (China)
A China anunciou nesta quinta-feira que o presidente Hu Jintao irá à cúpula nuclear programada para este mês em Washington, nos Estados Unidos. A participação foi vista como mais um sinal de que a China está disposta a negociar seriamente possíveis novas sanções ao Irã, apesar de sua histórica resistência às medidas.
A participação de Hu deve ajudar a reduzir a tensão entre China e EUA, após meses de atrito sobre política cambial, censura à Internet, repressão no Tibete e venda de armas norte-americanas a Taiwan.
A China passou meses relutando em aceitar novas sanções ao programa nuclear do Irã, suspeito de manter o programa para fabricar armas, algo que Teerã nega. Pequim também não havia confirmado até agora a presença de Hu na cúpula nuclear dos dias 12 e 13 de abril.
Qin Gang, porta-voz da chancelaria chinesa, disse na quinta-feira que Hu irá à reunião nuclear convocada pelo presidente Barack Obama nos EUA.
Na véspera, a embaixadora norte-americana na ONU (Organização das Nações Unidas), Susan Rice, confirmou que China concordou em iniciar as negociações com os outro quatro membros permanentes do Conselho de Segurança, mais a Alemanha, sobre a quarta rodada de sanções contra o Irã.
"Este é um progresso, mas as negociações ainda têm de começar para valer", disse Rice à rede de TV CNN.
Qin, da chancelaria chinesa, não quis discutir detalhes da eventual sanção, dizendo que a China continua torcendo por uma solução diplomática. "A China está altamente preocupada com a atual situação e vai reforçar sua cooperação com todas as partes."
Reação
Salientando o papel central de Pequim nessas negociações, o negociador nuclear iraniano Saeed Jalili chegou na quinta-feira à capital chinesa para reuniões com altos funcionários.
Para Jin Liangxiang, especialista em Oriente Médio do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai, "as sanções agora parecem uma conclusão inevitável", pois "a probabilidade de a resolução passar no Conselho de Segurança é alta".
Sendo um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China tem poder de veto no Conselho. Apesar dos seus interesses comerciais com a República Islâmica, o regime chinês parece estar perdendo a paciência com Teerã.
Mas Guo Xiangang, ex-diplomata chinês em Teerã, disse que Pequim provavelmente aceitará "algo um pouco mais duro (do que sanções anteriores), mas não muito duro".
"Continuará sendo principalmente um alerta simbólico ao Irã", afirmou Guo, hoje vice-presidente do governamental Instituto de Estudos Internacional da China.
Ele disse também que a China vai querer se certificar de que eventuais novas sanções não afetem seus acordos de energia e investimentos com o Irã.
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