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05/04/2010 - 17h01

Turistas americanos relatam "pânico" no México

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colaboração para Folha Online

Famílias de turistas americanos que passavam o feriado de Páscoa no estado mexicano da Baixa Califórnia viveram momentos de pânico depois do terremoto de 7,2 graus ocorrido na tarde de domingo, que deixou ao menos dois mortos e mais de 200 feridos e já registra cerca de 35 réplicas no México e mais de 100 nos EUA.

"Vivemos uma experiência de pânico quando voltávamos de uma viagem a Puerto Peñasco", comentou Adriana Milanés, professora americana que retornava a San Diego (EUA) com sua família, depois de passar o feriado da Semana Santa nesta praia do golfo da Califórnia, noroeste do México.

O terremoto que ocorreu às 15h40 (19h40 de Brasília) do domingo, justamente quando centenas de turistas retornavam do feriado, causou danos a centenas de edificações, casas, pontes, estradas e hospitais.

A noite não foi tranquila em meio a dezenas de tremores secundários, sendo que o mais forte deles chegou a 5,4 graus na madrugada desta segunda-feira, segundo o Serviço Geológicos dos EUA (USGS).

As autoridades da Baixa Califórnia não têm uma estimativa de quantos turistas ficaram presos no país, mas o governador do Estado, José Guadalupe Osuna, comentou que "muitas pessoas passaram a noite nas estradas".

Além disso, devido aos problemas de fornecimento de eletricidade e água, os hotéis da região afetada fecharam as portas.

"Nos postos de gasolina havia pessoas fazendo fila para que, quando a luz voltasse, pudessem abastecer os carros", relatou Milanés.

Impactos no México e EUA

O tremor de magnitude 7,2 teve epicentro ao sul da fronteira dos EUA com o México, perto da cidade de Mexicali. Foi um dos terremotos mais fortes a atingir a região em décadas.

O impacto foi sentido por ao menos 20 milhões de pessoas, e na maior parte do sul da Califórnia, segundo a sismóloga Lucy Jones.

A cidade mais afetada foi Mexicali, centro comercial na fronteira do México com a Califórnia. O governador do Estado mexicano da Baixa Califórnia, José Guadalupe Osuna, decretou na madrugada desta segunda-feira estado de emergência em Mexicali.

Ao menos duas pessoas morreram na cidade. De acordo com o diretor da Defesa Civil da Baixa Califórnia, Alfredo Escobedo, uma das vítimas morreu com a queda de uma casa no Vale de Mexicali, a 18 quilômetros de onde foi o epicentro do tremor.

O outro homem teria morrido após sair correndo da sua casa, em pânico por causa do tremor, ser atropelado por um carro que passava na rua. Ao menos cem pessoas ficaram feridas na cidade, a maioria atingidas por objetos que caíram.

Caos em Mexicali

Cerca de 20 tremores secundários foram sentidos na cidade após o terremoto principal, incluindo outros de magnitude 5,1, 4,5 e 4,3. "Não parou de tremer em Mexicali", disse Alfredo Escobedo, diretor de proteção civil da Baixa Califórnia.

Segundo Escobedo, problemas com as linhas telefônicas e o corte na energia elétrica dificultam a difusão de informação sobre os danos, sobretudo em Mexicali, cidade de 1,2 milhão de habitantes. A falta de luz elétrica deve permanecer pelas próximas 14 horas, segundo o diretor.

Com a falta de luz e água, cerca de 300 pacientes tiveram de ser transferidos do Hospital Geral de Mexicali para clínicas particulares que permanecem funcionando a base de geradores elétricos. Segundo Escobedo, esses equipamentos não devem suportar muitas horas e ele acredita que será necessários transferir os pacientes para clínicas de outras cidades.

Uma importante rodovia que liga Mexicali a Tijuana, na costa do Pacífico, foi seriamente danificada por uma cratera de ao menos um metro de profundidade, segundo uma testemunha ouvida pela agência Reuters. Motoristas voltando do feriado de Páscoa tiveram dificuldade com enormes congestionamentos.

EUA

Em Calexico, na Califórnia, cidade de 27 mil habitantes na fronteira com Mexicali, o governo declarou estado de emergência em meio a crescentes relatos de estragos. Veículos de segurança fecharam as ruas do centro da cidade, onde vidros se quebraram e alguns tijolos caíram de prédios.

Segundo o policial Gonzalo Gerardo, a maioria dos estragos aconteceu no centro, onde prédios construídos nos anos 1930 e 1940 não conseguiram resistir a um terremoto dessa magnitude.

"O centro deve permanecer fechado até segunda ordem. Duvido que reabra logo", disse Gerardo.

Tremores intensos foram registrados ao longo de boa parte do sul da Califórnia. O terremoto chacoalhou prédios no oeste de Los Angeles e em San Fernando Valley.

Com agências internacionais

 

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