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13/04/2004 - 17h56

Menem diz que não vai à Argentina responder a processos

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da France Press, em Santiago
da Folha Online

O ex-presidente da Argentina Carlos Menem afirmou nesta terça-feira que vai assumir a própria defesa e não comparecerá perante a justiça de seu país, que o investiga por crimes de corrupção, manifestando-se disposto a se submeter a uma auditoria externa e independente de seus bens.

Menem também reiterou que é vítima de uma perseguição política, durante uma entrevista à imprensa que concedeu em Santiago, Chile, no onde reside há cerca de cinco meses.

Menem disse que o atual presidente argentino, Néstor Kirchner, é "seu pior inimigo".

"Quero afirmar que não conto com as mínimas garantias de um julgamento justo, já que tudo faz parte de uma perseguição de caráter político que não condiz com a dignidade do cargo que ocupei por dois períodos", disse o ex-presidente em alusão aos processos abertos contra ele na Argentina.

"Decidi, ademais, abordar a minha defesa daqui do Chile, país com que tenho antigos laços", disse Menem. "Que venham e me interroguem aqui", acrescentou.

Menem está sendo convocado para um depoimento na justiça no próximo 21 de abril, sob ameaça de captura internacional, numa causa em que são investigados preços superfaturados na construção de dois presídios durante seu mandato. Seus advogados na Argentina conseguiram adiar por três vezes a audiência.

O ex-presidente (1989-99) rejeitou todas as acusações de enriquecimento ilícito e corrupção e negou que alguma vez tenha pensado em solicitar asilo político ao Chile.

O ex-presidente também negou que tenha contas secretas na Suíça. Sobre um depósito que mantém no país, Menem afirmou: "É absolutamente anterior a minha presidência e é relacionado a uma indenização do próprio Estado argentino pelos anos que passei injustamente na prisão".

Sobre os processos relacionados a licitações para a construção superfaturada de presídios e à venda ilegal de armas para a Croácia e o Equador, Menem afirmou: "Não tive participação alguma em fatos ilícitos ligados a esses assuntos".

Todas as acusações contra ele, sustentou, são produtos da imaginação de seus detratores. "Não tiveram nenhum respeito por minha família nem por quem ocupou a presidência da Nação".

Respondendo a jornalistas, disse que seu patrimônio pessoal "não supera dois e meio milhões de pesos" argentinos.

Menem disse também que não pensa em se retirar da vida política. "Minha carreira política vai terminar com minha morte", afirmou.

O ex-presidente, 73, vive em Santiago desde o final de novembro junto com a atual mulher, a apresentadora de TV chilena Cecilia Bolocco e seu filho Máximo, de cinco meses.
 

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