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14/04/2004
-
11h18
JEAN-LUC RENAUDIE
da France Presse, em Jerusalém
Os colonos israelenses e os radicais do partido Likud do premiê de Israel, Ariel Sharon, lançaram uma campanha contra o projeto de retirada da faixa de Gaza, que o primeiro-ministro apresentará nesta quarta-feira ao presidente americano George W. Bush.
O primeiro-ministro palestino Ahmed Korei advertiu que se Bush apoiar o plano de Sharon, de manter os blocos de colônias judaicas na Cisjordânia ocupada, dará o "golpe de misericórdia" no processo de paz.
A campanha dos colonos está organizada visando o referendo previsto para 2 de maio entre os 200 mil membros do Likud, que devem se pronunciar sobre o plano de separação de Sharon.
Para convencer os membros de seu partido, o primeiro-ministro espera obter o apoio de Bush sob a forma de uma declaração americana, afirmando que os refugiados palestinos só poderão instalar-se no futuro Estado palestino e não em Israel, assim como também um apoio implícito à manutenção do grupo de colônias na Cisjordânia, onde vive a maioria dos 230 mil colonos.
Transferência
Para neutralizar a "transferência" de 7.000 a 8.000 colonos da faixa de Gaza, o conselho das colônias de Judéia e Samaria [Cisjordânia] e da faixa de Gaza, a principal associação de colonos organizou sua campanha como uma "operação militar", segundo a rádio oficial.
O plano de Sharon divide profundamente a atual maioria. Dois partidos de extrema direita membros da coalizão (o Partido Nacional Religioso e a União Nacional) anunciaram que abandonarão o plano se Sharon fizer a retirada [unilateral] da faixa de Gaza.
Dentro do Likud, os mais radicais, como Israel Katz e Tzahi Hanegbi, respectivamente ministros de Agricultura e de Segurança Interna, se opõem ao projeto.
O ministro de Finanças, Benjamin Netanyahu, eventual candidato a primeiro-ministro, e o chanceler Silvan Shalom, embora também contrários à iniciativa do chefe do governo, esperam saber quais serão as "compensações" que Bush estaria disposto a conceder em troca de uma retirada da faixa de Gaza.
Já o chefe do governo palestino advertiu que o presidente americano destruirá o processo de paz se der um mínimo apoio à colonização dos territórios palestinos.
"Qualquer palavra que sirva para incentivar a colonização ou a construção do muro (na Cisjordânia) equivaleria a uma perigosa destruição do processo de paz e não deixaria nada para negociar com os israelenses", declarou Korei aos jornalistas, poucas horas antes do encontro Sharon-Bush na Casa Branca.
O "New York Times" informou esta quarta-feira que Bush tem intenções de divulgar uma declaração depois deste encontro, reconhecendo o direito de Israel a manter determinadas colônias instaladas na Cisjordânia.
Especial
Saiba mais sobre o conflito no Oriente Médio
Colonos israelenses lançam campanha contra plano de retirada de Gaza
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da France Presse, em Jerusalém
Os colonos israelenses e os radicais do partido Likud do premiê de Israel, Ariel Sharon, lançaram uma campanha contra o projeto de retirada da faixa de Gaza, que o primeiro-ministro apresentará nesta quarta-feira ao presidente americano George W. Bush.
O primeiro-ministro palestino Ahmed Korei advertiu que se Bush apoiar o plano de Sharon, de manter os blocos de colônias judaicas na Cisjordânia ocupada, dará o "golpe de misericórdia" no processo de paz.
A campanha dos colonos está organizada visando o referendo previsto para 2 de maio entre os 200 mil membros do Likud, que devem se pronunciar sobre o plano de separação de Sharon.
Para convencer os membros de seu partido, o primeiro-ministro espera obter o apoio de Bush sob a forma de uma declaração americana, afirmando que os refugiados palestinos só poderão instalar-se no futuro Estado palestino e não em Israel, assim como também um apoio implícito à manutenção do grupo de colônias na Cisjordânia, onde vive a maioria dos 230 mil colonos.
Transferência
Para neutralizar a "transferência" de 7.000 a 8.000 colonos da faixa de Gaza, o conselho das colônias de Judéia e Samaria [Cisjordânia] e da faixa de Gaza, a principal associação de colonos organizou sua campanha como uma "operação militar", segundo a rádio oficial.
O plano de Sharon divide profundamente a atual maioria. Dois partidos de extrema direita membros da coalizão (o Partido Nacional Religioso e a União Nacional) anunciaram que abandonarão o plano se Sharon fizer a retirada [unilateral] da faixa de Gaza.
Dentro do Likud, os mais radicais, como Israel Katz e Tzahi Hanegbi, respectivamente ministros de Agricultura e de Segurança Interna, se opõem ao projeto.
O ministro de Finanças, Benjamin Netanyahu, eventual candidato a primeiro-ministro, e o chanceler Silvan Shalom, embora também contrários à iniciativa do chefe do governo, esperam saber quais serão as "compensações" que Bush estaria disposto a conceder em troca de uma retirada da faixa de Gaza.
Já o chefe do governo palestino advertiu que o presidente americano destruirá o processo de paz se der um mínimo apoio à colonização dos territórios palestinos.
"Qualquer palavra que sirva para incentivar a colonização ou a construção do muro (na Cisjordânia) equivaleria a uma perigosa destruição do processo de paz e não deixaria nada para negociar com os israelenses", declarou Korei aos jornalistas, poucas horas antes do encontro Sharon-Bush na Casa Branca.
O "New York Times" informou esta quarta-feira que Bush tem intenções de divulgar uma declaração depois deste encontro, reconhecendo o direito de Israel a manter determinadas colônias instaladas na Cisjordânia.
Especial
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